Fredy Cofman escreveu o Metamanagement, obra em que dois diferentes personagens são apresentados ao leitor: o ‘sabe-tudo’ e o ‘aprendiz’.

O sabe-tudo é categórico, crítico, irresponsável e arrogante. Pensa saber o que os outros deveriam fazer e não poupa críticas contra aqueles que ‘não fazem o que devem’. Nunca tem culpa, mas acusa. É um expectador. Ele não joga futebol, mas assiste à partida. E mesmo nada podendo fazer para que o seu time ganhe, sente-se seguro o bastante para responsabilizar os jogadores, o técnico, o juiz, os adversários, o tempo, a sorte ou outra variável qualquer.

E quem é o aprendiz? É alguém que reconhece a importância dos fatores que se encontram fora de seu controle. No entanto, ele se concentra nas variáveis que pode modificar, pois tem a fonte de sua autoestima no êxito a longo prazo. Ele não age buscando a gratificação imediata de ter razão.

Vamos supor que um sabe-tudo e um aprendiz caminhem lado a lado para o escritório. Cai uma forte chuva repentina e ambos ficam ensopados. Ao chegarem, a recepcionista lhes pergunta: “O que houve? ”. O sabe-tudo dirá: “A chuva nos surpreendeu numa área desabrigada”. O aprendiz, por sua vez, irá responder: “Eu errei em não pesquisar a previsão e acabei não trazendo o guarda-chuva”.

Para o sabe-tudo, a culpa é da chuva. Para o aprendiz é a responsabilidade de não ter trazido um guarda-chuva. De fato, as duas explicações são verdadeiras. Mas somente a segunda gera a possibilidade de modificar o efeito indesejado de molhar-se, apesar das circunstâncias incontroláveis da chuva. Enquanto o sabe-tudo se considera vítima, o aprendiz se vê como protagonista.

E quanto a você? É um aprendiz ou um sabe-tudo? E que tipo de pessoa traz para dentro da sua empresa? Talvez Fredy Cofman esteja dando mais que uma dica. Penso ser uma orientação fantástica e inequívoca a ser agregada ao processo de recrutamento e seleção de muitas empresas. Que tal aprofundar-se nesta proposta?