Existe uma boa chance de quem em vários momentos do seu dia você tenha se envolvido em julgamentos. Você pode ter julgado como alguém se parece ou se veste, como ele fala, o que ela diz ou mesmo como eles comem e o que comem. Talvez você tenha julgado alguém por se atrasar a um compromisso, pela posição ideológica que ele assumiu sobre algo ou por um detalhe que faltou em seu desempenho.

Essa pandemia nos trouxe, de maneira compreensível, ainda mais julgamento de coisas e de cenários que nunca imaginamos. É difícil, por exemplo, não julgar os líderes, os políticos e os representantes institucionais em todos os níveis por seus estímulos e respostas. É também difícil não julgar amigos e familiares por seu comprometimento em observar as diretrizes.

Dia desses eu assistia a um show de stand up e o comediante fez a seguinte observação: "Você já reparou que alguém dirigindo mais devagar que você é um idiota e alguém que vai mais rápido que você é um maníaco?"Ser juiz quase sempre não é apenas injusto com os outros, mas também é terrivelmente injusto conosco.Estudiosos afirmam que o ato de julgar os demais e as situações alimenta ansiedade instabilidade, desconforto, depressão e afeta negativamente o bem-estar geral.

Quando somos julgados, sentimos que sempre há uma dose de injustiça pelo fato do nosso lado da história nunca ser entendido plenamente. E na atual realidade em que vivemos, muito do nosso mal-estar e incômodo muitas vezes inexplicável advém dos julgamentos.A verdade é que, se queremos que os outros nos concedam o benefício da dúvida, nós precisamos estar dispostos a tomar a iniciativa.Já que com o mesmo julgamento com que julgamos seremos julgados, a lógica nos faz ver que devemos conceder primeiro o bom julgamento para que a retribuição nos atinja ... e obtenhamos um mundo de paz e de entendimento.