Conversei longamente com uma empresária que já atuou em vários segmentos.

Após meia hora de sua narrativa, o resumo do que ouvi seria o seguinte: ela entrava ‘de cabeça’, constituía a empresa, desenvolvia clientes, fazia atendimentos e girava um bom capital. Mas por falta de conhecimentos básicos de finanças, julgava não alcançar o objetivo de ganho que havia fixado para o tempo determinado, então mudava de área e recomeçava tudo. Não surpreendentemente, o mesmo quadro se repetia no novo negócio, já que a causa não havia sido resolvida. Assim foram cinco diferentes empresas em dez anos.

Seu último negócio foi recentemente extinto e hoje ela acumula uma dívida financeira. Isso a deixa inquieta a ponto de mencionar várias vezes o desejo de desfazer-se de sua casa para saldar seus credores.

Aqui vai o meu diagnóstico.

Ao longo de todos esses anos, esta empresária viveu e capitalizou alguma experiência. Importante, diga-se. A falha foi não ter foco e persistir. Pular de galho em galho é prejudicial sempre, porque interrompe o fluxo natural de desenvolvimento da empresa vez que ninguém nasce grande e nem maduro.

O que fazer?

Agora é dedicar-se a pensar em seu próximo passo: desenhar, escrever, olhar para o que gostaria e poderia realizar, usufruindo, inclusive, do direito de sonhar e registrar no papel. As únicas ressalvas para isto são, primeira: fazer um curso de controle de finanças empresariais é obrigatório; segunda: livrar-se da pressão psicológica de ter de pagar a dívida para depois realizar os planos.

O pensamento útil de uma pessoa de negócios de sucesso consiste em ‘fazer’ para ‘pagar’, ou melhor, ‘fazer dinheiro’ para ‘pagar dívidas e obrigações’, e não o contrário.

Desfazer-se da própria cama ou das roupas do corpo para só então pensar em ‘o que fazer’ talvez deixe como única alternativa mendigar.