Um rei teve um pesadelo em que todos seus dentes caiam. Convocou o mais importante dos magos da corte e questionou-o sobre o significado. O mago respondeu:

- Vejo que lamentavelmente toda a vossa família morrerá, e só vós ficareis vivo, Majestade.

As palavras enfureceram o monarca, e ele ordenou que o mago fosse preso e depois exilado do reino.

Então, ele decidiu chamar outro mago, menos importante. Sabendo o que acontecera a seu colega, ele fez as seguintes considerações ao rei:

- Com a vossa permissão, majestade. Não se trata de um pesadelo, mas de um sonho de bom augúrio para vós e todo o reino. O senhor terá longa vida. Viverá por mais tempo que todos os membros da sua família.

Ouvindo isto, o rei se alegrou e o recompensou com uma promoção a conselheiro real.

Eu adoro histórias que ensinam. Esta, por exemplo, me adverte de que muitas vezes eu fico bitolado nas minhas crenças e não enxergo outras alternativas.

Geralmente nós nos colocamos diante de certas questões movidos por um raciocínio do tipo: tudo ou nada, ácido ou base, certo ou errado. Este é um modelo restritivo. Nada criativo.

Façamos um teste: de quantas maneiras diferentes você é capaz de contar a história dos Três Porquinhos? Hoje eu consigo muitas. E é exatamente isso que podemos fazer nas situações em que vemos só de uma determinada ótica.

Sempre há outros caminhos. Treinar isto é o que nos fará versáteis. Para começar, será preciso crer na existência de um oceano de possibilidades ao qual, talvez, nos recusamos a olhar ao longo de toda a nossa existência.

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