Você já deve ter usado ou ouvido a expressão ‘ossos do ofício’ alguma vez na vida. Ela indica certa dificuldade ou atividade desagradável típica de uma profissão e que obrigatoriamente o profissional não pode evitar.

Saindo da feira, neste domingo, chamou-me a atenção uma caminhonete cheia de espigas de milho verde estacionada na esquina. Eu me aproximei e vi que a mercadoria exposta parecia não ser de primeira qualidade. Também vi que havia uma enorme pilha de espigas ao fundo da caçamba. Perguntei ao dono se ele não iria descascá-las para atrair mais clientes e melhorar suas vendas, ao que ele respondeu:

- Eu já estou cansado disso. E não gosto muito de descascar milho.

Eu então lhe disse:

- Bem, talvez o senhor esteja no negócio errado.

Ele não achou nada agradável o que ouviu de mim. Olhou-me de esguelha, mas penso que, depois de me praguejar, deve ter refletido a respeito.

A lição deste episódio? Tudo a ver com uma realidade bem presente na vida de muitos profissionais com que me deparo nas minhas consultorias. É óbvio. Se você quer vender milho verde, a coisa importante em busca do sucesso é não detestar a tarefa de descascar e limpar espigas. Ossos do ofício!

Vale para tudo! Amar o que se faz é a realização total de qualquer profissão, independente de todos os outros fatores. Contudo, quando amar for realmente impossível, não odiar é o mínimo ideal para que se tenha algum futuro no negócio!