Imagine que você ganhasse 50 milhões de reais na loteria. Que alegria! Imagine também que, passadas algumas semanas, entrevistas e reuniões com bancos de investimento fizessem se sentir importante a ponto de você pensar que a sua fortuna foi alcançada graças à sua incrível inteligência e habilidade com números.

Eu conheço pessoas que herdaram os bens de seus pais, não acrescentaram um tostão, e chegaram a acreditar que esta riqueza foi fruto de suas expertises. Quando olham no espelho, talvez pensem: ‘Mamãe, veja onde cheguei. Estou no topo do mundo!’ Ridículo, não?

Suponha agora que você desenvolvesse um produto que rendesse um lucro líquido de 50 milhões de reais. Se você se sentisse grande inventor, seria justificável. Desta vez não haveria nada de anormal. Todos saberiam tratar-se de um mérito do seu esforço.

A emoção de atingir um objetivo pessoal tem nome. Chama-se ‘prazer da realização’. É um sentimento positivo que nos leva a dizer: ‘Sinto-me grato por ter feito algo importante’; ou ‘Eu e a minha equipe alcançamos uma meta difícil. Como é bom contar com o esforço de todos!’

A linha que separa a soberba do prazer da realização não é fácil distinguir. Por isso, todo cuidado é pouco. Na prática, não puxe os méritos para si e nem se deixe pensar que você conseguiu tudo sozinho. Todos nós precisamos uns dos outros. E sempre há alguém que contribuiu.

Olhe para as pessoas que fazem parte da sua equipe. Elas o ajudam. Compartilhe com elas todos os méritos – os grandes e os pequenos. Mais que uma opção de humanidade, essa atitude irá mostrar a todos – e fazê-los lembrar para sempre – quem você realmente é.