Os presidentes das 500 Maiores e Melhores empresas brasileiras confessaram a uma pesquisa que grande parte dos programas de mudanças implantados em suas companhias não atingiu o resultado esperado. Alguns produziram até efeito contrário.

Mudanças revolucionárias só agitam o ambiente, submetem as pessoas a pressões emocionais desnecessárias e colocam os benefícios bem distantes daquilo que se pretende.

Inúmeros programas corporativos, como: grandes treinamentos, estruturações e formação de líderes – buscam respostas prontas para questões superficiais ou mal formuladas. Refiro-me a questões que requereriam longo tempo de análise e muita energia cerebral para se obter o diagnóstico correto, antes de se determinar o remédio. Mas, certo dia, alguém lá no comando acorda nas nuvens, e decide provocar mudanças sem mesmo saber claramente o que mudar – típica hora em que a pressa é inimiga da perfeição.

Vou revelar o que ocorre. O tal Diretor quer mostrar serviço. Então ele dramatiza um problema que mal conhece e, movido por um espírito de líder eficaz, apresenta uma solução mágica que dará a impressão de que tudo será resolvido como mágica.

Assim, o mundo corporativo converteu-se num ambiente viciado em mudanças, consumindo montanhas de dinheiro e, não raro, gerando níveis psiquiátricos de estresse nos colaboradores. Para piorar, quantas vezes, antes mesmo da consolidação de um programa em curso, novas propostas são trazidas, louvadas e implantadas!?!

Mudar por mudar? Qual o valor disso?

Não existe nada melhor que a simplicidade que visa tirar o máximo proveito daquilo que já se tem para produzir resultados. Deste modo consegue-se mais engajamento à missão e visão da empresa do que com malabarismos corporativos que não passam de um sinônimo exato do inferno.

Em um mundo em que nem russos e nem chineses creem mais em revoluções, pôr a esperança em transformações instantâneas por quaisquer meios é realmente insano.