A maioria dos dirigentes de empresas familiares passa às futuras gerações mensagens erradas, mensagens que comprometem o andamento dos negócios. A mais grave delas é a garantia de que todos terão lugar na empresa da família.
Obrigar o filho a ir para a empresa pode ser um tiro no joelho. Mas deixar que ele trate o negócio como uma alternativa de último recurso é bem pior.


Quantos atletas e artistas fracassados ou até ex lojistas falidos encontraram refúgio na empresa da família em postos de comando quando sua competência era zero!
“Pai rico, filho nobre, neto pobre”. “Pai comerciante, filho cavalheiro, neto mendicante”.
Existem outras frases mundo afora, todas expressam a elevada taxa de insucesso da sucessão não planejada das empresas familiares. Mas não precisa ser assim!


Em 1994, o Grupo Gerdau já estava na quarta geração da família Johannpeter. Os gestores da época implantaram uma prática chamada “Modelo da Formação e Triagem” que trouxe resultados excelentes à sucessão. Ele se compõe de 3 passos:

PRIMEIRO: Exponha a nova geração à empresa desde cedo para que decida se quer ou não fazer carreira nela. Mas informe-os que este posto não será jamais um direito herdado.

SEGUNDO: Se um ou mais herdeiros desejar trabalhar na empresa, não terá nenhum tratamento especial. Deverá conquistar um diploma universitário, pós-graduação ou MBA e vários anos de experiência profissional fora do negócio da família.

TERCEIRO: Para ocupar um posto na empresa, ele deverá disputar uma vaga com candidatos que não pertençam à família, e vencer.

Este processo está em vigência até hoje no Grupo Gerdau.
É preciso coragem para adotar uma conduta como esta, cuja sabedoria se encontra no fato de que a continuidade da empresa familiar depende de atitudes decididas.
Sem problemas, até porque o lado bom disso é que toda atitude ou qualquer comportamento pode ser aprendido por quem o desconhece.