Há mais ou menos um mês, passei por um exame de saúde. Subi numa esteira e tive de caminhar em ritmo muito rápido.

- "O que você está testando?", perguntei ao médico. "A máxima velocidade que eu suporto antes de morrer?"

- "Não", ele respondeu rindo. "Eu preciso saber quanto tempo vai levar para o seu pulso voltar ao normal a partir do momento em que você sair da esteira”.

Foi aí que eu entendi que saúde se mede pelo poder de recuperação.

Sim. Isso é verdade. Especialmente para os líderes – seja em empresas ou em qualquer outra posição.

Quando Harold Macmillan, primeiro-ministro da Grã-Bretanha nos anos 1960, foi questionado sobre qual foi o aspecto mais difícil de seu cargo, ele respondeu: - "Os fatos, meu caro, os fatos."

Coisas ruins acontecem. E, quando acontecem, o líder deve se esforçar para que os outros durmam bem.

A liderança é profundamente estressante. Vários líderes bíblicos – quatro deles, pelo que me lembro – desejaram a morte em vez de continuar.

Mas isso não foi verdade apenas no passado distante da Bíblia. Abraham Lincoln sofreu crises profundas de depressão. Gandhi, Martin Luther King, Michelangelo, Beethoven, Van Gogh... conviveram com situações semelhantes. É o que me faz pensar: “É a grandeza que leva a momentos de desespero? Ou momentos de desespero que levam à grandeza? Será que os líderes internalizam tensões? Ou são aqueles mais acostumados ao estresse em suas emoções que encontram alívio em levar uma vida excepcional? ” Não sei responder.

O que observo é que a capacidade de sobreviver e de se recuperar é um item importante na agenda da liderança. É a vontade de viver uma vida de riscos que torna um líder diferente de todos os demais seres humanos.