Envolvido em uma briga judicial com a Prefeitura de Jataizinho, o Hospital São Camilo, único da cidade localizada na Região Metropolitana de Londrina, fechou definitivamente as portas às 23h59 deste sábado (12). A justificativa é que chegou ao fim o prazo de dois meses de carência do encerramento do contrato da entidade com o Governo do Paraná para atendimentos de urgência e emergência. Segundo o advogado Jadson Molina, que representa o hospital, o período foi contado a partir da data em que a 17ª Regional de Saúde foi comunicada da situação, no dia 13 de abril.

Imagem ilustrativa da imagem Único hospital de Jataizinho fecha as portas e prefeitura diz que foi pega de surpresa
| Foto: Arquivo FOLHA

A notícia surpreendeu a diretora do Departamento de Saúde da cidade, Verônica Gomes. Para ela, o que vale é a liminar concedida em 29 de abril pelo juiz Amarildo Clementino Soares, substituto da Vara da Fazenda Pública de Ibiporã. Na decisão, ele determinou que o São Camilo mantivesse os serviços "até eventual rescisão dos contratos ou regularização da rede de saúde", sob pena de multa de R$ 2 mil por dia em caso de descumprimento.

A prefeitura estimava que o atendimento antes realizado no hospital começasse na unidade básica da região central em 1º de julho. Para isso, cidades da região, como Londrina e Cambé, emprestaram materiais hospitalares para adaptação do posto, que vai funcionar 24 horas por dia. Segundo a Secretaria de Saúde, inicialmente o local receberá pacientes mais graves. Eles ficarão em uma sala de estabilização, mas serão transferidos para lugares de maior porte, como o Hospital Cristo Rei, de Ibiporã, ou algum em Londrina.

"Ainda estamos na fase de preparação da estrutura e capacitação dos funcionários", explicou Verônica. Apesar das alegações, Molina informou que o São Camilo não cometeu nenhuma irregularidade ao encerrar as atividades. "Cumprimos o prazo do contrato e a decisão judicial. Sem os repasses das verbas públicas, não há mais como bancar os custos para ficar aberto. O vínculo com a prefeitura acabou no final de abril", apontou.

A guerra de versões pode parar na polícia. A diretora do Departamento de Saúde garantiu que registrou um boletim de ocorrência e acionou o Ministério Público da possível desobediência. Procurada, a 17ª Regional disse que ainda não tomou conhecimento da situação.

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