A UEL (Universidade Estadual de Londrina) é a instituição com mais pesquisadores no grupo de estudo genômico - 21 dos 80 cientistas que integram o projeto que é realizado pelo Ipec (Instituto de Pesquisa para o Câncer), em Guarapuava (Centro). Andréa Name Colado Simão, chefe do departamento de Patologia, Análises Clínicas e Toxicologia, do Centro de Ciências da Saúde da UEL, será a responsável por enviar as amostras do laboratório londrinense para Guarapuava, onde o sequenciamento genético será feito.

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Estudo genômico no Paraná reúne 80 pesquisadores contra a Covid-19

Andréa Name Colado Simão,  chefe do departamento de Patologia, Análises Clínicas e Toxicologia
Andréa Name Colado Simão, chefe do departamento de Patologia, Análises Clínicas e Toxicologia | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Simão explica que não haverá trabalho extra de coleta das amostras, já que elas já são realizadas normalmente e armazenadas no laboratório. "Esse material é coletado de todos os pacientes comprovadamente com diagnóstico positivo." Ela explica que, além das amostras, a pesquisa também pede o envio de dados do paciente, como idade, sexo, etnia e informações clínicas.

"É um prazer participar desse projeto do Covid-19, porque a possibilidade de ter dados pode dar uma visão diferenciada da doença e o encaminhamento seria outro se esse grupo de pesquisa não fosse formado. Eles conseguiram a participação de várias instituições", destaca.

A professora relata que há a expectativa do aumento da amostragem de 150 para 600 casos, fazendo com que o número de Londrina também aumente. "Inicialmente estávamos trabalhando com a possibilidade de enviar dez amostras daqui, mas agora esse número pode aumentar para 50 a 100 amostras", observou. Com isso, o poder estatístico do trabalho melhora. "Assim podemos extrapolar os dados de uma forma mais fidedigna."

"Se fizer esse sequenciamento é possível determinar a semelhança de diferentes cepas e estabelecer se ela é mais parecida com o da América do Norte ou da Europa e se teve mutação aqui. Devido às mutações, os vírus da Europa já não têm o mesmo sequenciamento dos encontrados nos EUA", apontou.