Três cidades do Norte Pioneiro terão rodízio no abastecimento de água
Falta de chuvas tem prejudicado a captação e distribuição em Santo Antônio da Platina, Quatiguá e Carlópolis; em Ribeirão Claro prefeitura realizou o racionamento de madrugada
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 21 de dezembro de 2021
Falta de chuvas tem prejudicado a captação e distribuição em Santo Antônio da Platina, Quatiguá e Carlópolis; em Ribeirão Claro prefeitura realizou o racionamento de madrugada
Pedro Marconi - Grupo Folha
A falta de chuvas somada às temperaturas altas e, por consequência, o aumento no consumo de água têm gerado uma crise hídrica que impacta na vida de milhares de moradores do Paraná. Nas cidades de Santo Antônio da Platina, Quatiguá e Carlópolis, no Norte Pioneiro, a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) está implementando entre esta terça (21) e quarta-feira (22) o rodízio no abastecimento de água.

Santo Antônio, por exemplo, foi dividida em sete setores, em que cada dia da semana uma das subdivisões ficará sem o abastecimento de água no período que vai das 7h até as 12h do dia seguinte, totalizando 29 horas. A cidade, que tem mais de 46 mil habitantes, é abastecida pelo Ribeirão das Bicas. No último fim de semana os equipamentos que captam a água do ribeirão tiveram que ser desligados por falta de vazão.
Em Quatiguá e Carlópolis serão três e dois setores, respectivamente, com a distribuição sendo “cortada” das 6h às 12h do dia seguinte. “Nas três cidades são ribeirões e bacias diferentes que estão sofrendo com a estiagem. Quando chega a perder um nível para bombeamento preciso restringir a produção. A forma de fazer em cada localidade é diferente porque depende da rede hidráulica. Buscamos causar o menor impacto possível na população. Em Santo Antônio já teve rodízio, suspendemos e agora estamos tendo que voltar”, afirmou Antônio Gil Gameiro, gerente-geral da Sanepar na Região Nordeste.
A empresa garantiu que está atuando para tentar manter o fornecimento de água normalmente nas vésperas e nos feriados de Natal e Ano Novo. “A gente vem de dois anos de estiagem. A expectativa era que tivessem chuvas normais para recuperar, porém, isso não ocorreu. Enquanto não acontece temos que aprender a usar de forma racional a água, entendendo a dificuldade da natureza e nos adaptando a ela”, pontuou.
RIBEIRÃO CLARO
Ribeirão Claro, também no Norte Pioneiro, restringiu o abastecimento de água de forma pontual por alguns dias em dezembro. “Optamos por racionar sempre de madrugada, entre 1h e 4h, para não impactar para a população. É um tempo para que os reservatórios voltarem para um volume normal”, detalhou Irani de Melo Gomes Neto, diretor da SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto). O município é abastecido por poços artesianos e a água do rio dos Antunes.
Diante da projeção de prolongamento da crise hídrica, a prefeitura deverá furar mais poços como forma de prevenção. Os locais já foram definidos e empresas e especialistas estão sendo orçados para realizarem os trabalhos. “Estamos fazendo isso para que não tenha racionamento.”
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ALTO CONSUMO
Em 15 cidades das regiões Norte, Norte Pioneiro e Vale do Ivaí a Sanepar classificou a atual situação como “alto consumo” e está fazendo o alerta. Nestas localidades, dependendo do comportamento das pessoas no consumo de água, pode haver redução da pressão ou desabastecimento temporário. Conforme a necessidade até caminhões pipa poderão ser utilizados para dar suporte ao abastecimento.
Estão com alerta de alto consumo as cidades de Apucarana, Rosário do Ivaí, Califórnia, Jardim Alegre, Faxinal, Jandaia do Sul, Mauá da Serra, Arapongas, Rolândia e Sabáudia, Leópolis, Curiúva, São Sebastiao da Amoreira e os distritos de Panema (em Santa Mariana) e de Triolândia (em Ribeirão do Pinhal).
LONDRINA
A Sanepar informou que Londrina está há dois meses sem um volume considerável de chuva, no entanto, a situação de seus mananciais está melhor se comparada com outros municípios. A cidades utiliza água do rio Tibagi e o Ribeirão Cafezal.
Antônio Gil Gameiro destacou que medidas básicas podem ajudar a minimizar os problemas, independentemente de a cidade estar ou não com racionamento. “Pedimos para que as pessoas não desperdicem água. O que chega à população tem que ser bem usado. Evitar lavar carro, calçada, banhos rápidos. Tudo isso para a recuperação do sistema”, frisou.
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