A movimentação de ônibus, nesta terça-feira (16), na garagem da TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina), na Vila Casoni, área central de Londrina, contrastou com o cenário de destruição do incêndio de grandes proporções que tomou conta do lugar, no final da tarde de segunda-feira (15). Foram consumidos pelas chamas 56 veículos, número atualizado nesta terça. A fumaça pôde ser vista de toda a cidade e, inclusive, de outras localidades da região.

Entre os ônibus perdidos haviam carros para venda, em manutenção e da frota normal
Entre os ônibus perdidos haviam carros para venda, em manutenção e da frota normal | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Agora, a concessionária está fazendo o levantamento do valor do prejuízo, que já classifica como milionário. Porém, de acordo com estimativas obtidas pela FOLHA com representantes do setor, as perdas com os 56 ônibus podem se aproximar dos R$ 10 milhões.

Segundo a empresa, os carros não tinham seguro. “É fazer a contabilidade, o inventário, e ver qual era cada veículo para poder, com propriedade, identificar o tamanho do volume do prejuízo”, destacou Rodrigo Oliveira, diretor geral da TCGL. Entre os ônibus perdidos haviam carros que estavam para venda, manutenção e da frota normal.

A empresa também contratou uma perícia particular para investigar a causa do incêndio. “Acreditamos nas autoridades e temos certeza que vão trabalhar da melhor maneira possível para identificar o que ocorreu. Para auxilia-los contratamos uma perícia para poder dar início à verificação. A nossa perícia começa nesta terça (16) e não conseguimos precisar o tempo (para terminar) e nem em quanto tempo vão entregar o relatório. É um trabalho técnico”, comentou.

Uma das possibilidades levantadas é de que o incêndio possa ter sido criminoso. “Não podemos descartar nada. É tentar entender, identificar, investigar e chegar numa conclusão do que ocorreu aqui”, pontuou. A investigação sobre o caso pela Polícia Civil ficará a cargo do 5º Distrito, que fica na zona norte., que acionou a Polícia Científica para realizar a perícia na garagem da TCGL.

Fogo derreteu vidros e assentos: cenário de destruição
Fogo derreteu vidros e assentos: cenário de destruição | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

O fogo que assustou funcionários da Transportes Coletivos Grande Londrina e moradores da área central começou próximo ao muro, nos primeiros veículos que estavam dentro da garagem, no cruzamento da avenida Duque de Caxias com a rua Tietê. Os trabalhadores foram os primeiros a agir, combatendo as chamas e acionando o Corpo de Bombeiros, que levou até o lugar cerca de 25 militares, entre escalados e que estavam de folga, além da carreta, plataforma, três caminhões e mais duas ambulâncias.

Foram gastos cerca de 100 mil litros de água para controlar o incêndio. “Oitenta ônibus que estavam nas imediações foram salvos devido a agilidade da empresa, que retirou a tempo. Havia rede de hidrantes próxima, que abasteceu as nossas viaturas”, afirmou a tenente Ana Júlia, do 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros. Dois motoristas foram levados para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim do Sol por terem inalado fumaça, no entanto, sem gravidade. Não houve feridos.

ATENDIMENTO

Apesar dos danos e preocupação, o atendimento aos passageiros aconteceu normalmente na manhã de terça-feira. A TCGL é responsável por 65% da frota do transporte público londrinense. No terminal central, por exemplo, o movimento era tranquilo e sem relatos generalizados sobre atrasos ou falta de ônibus. “Conseguimos isso com remanejamento, equipes trabalhando durante toda a madrugada para colocar todos os veículos na rua. É um dia de cada vez, mas, a princípio, seguindo como hoje, a gente consegue atender”, projetou Rodrigo Oliveira.

Concessionária afirmou que perdas não deverão impactar no atendimento à população
Concessionária afirmou que perdas não deverão impactar no atendimento à população | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

TARIFA

O prefeito Marcelo Belinati foi questionado pela imprensa, durante coletiva na prefeitura sobre o concurso da GM (Guarda Municipal), se o prejuízo da empresa poderá impactar no valor da tarifa. O chefe do Executivo municipal garantiu que não. “É uma responsabilidade da empresa. A tarifa custeia o serviço. Tudo aquilo que acrescenta ao serviço é realocado na tarifa. Nessa situação específica entendo que não é o caso. É uma tragédia que todos estão sujeitos. Esse ponto não se enquadra para o reequilíbrio da tarifa.”

Por meio de nota, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) mostrou solidariedade com a Transportes Coletivos Grande Londrina e frisou que está trabalhando em conjunto com a concessionária para reduzir possíveis transtornos à população. “O serviço está sendo readequado, com intuito de minimizar impactos negativos na operação. Contamos com a colaboração e compreensão dos usuários”, reiterou o texto.

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