Era por volta da 1h da madrugada quando o comboio chegou na empresa de transporte de valores, na zona oeste de Londrina. Rapidamente, os bandidos desceram do carro com fuzis e cercaram o quarteirão. Não demorou para que os vizinhos ouvissem os primeiros disparos. A cena parece de um roubo, mas fez parte de uma simulação realizada nesta sexta-feira (15) contra ações do chamado “novo cangaço” e que foi acompanhado pela FOLHA.

Cerca de 200 policiais militares participaram da operação, em que 30 deles fizeram o papel dos assaltantes. Enquanto um grupo “atacava” a empresa, outro foi para frente do 5º Batalhão da Polícia Militar. Lá, um caminhão foi colocado para encurralar as equipes e pneus foram incendiados ao lado. Policiais e criminosos trocaram tiros, que na verdade eram de festim.

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Para ter um segundo ponto de apoio, policiais que faziam patrulhamento e que estavam de folga foram acionados até o quartel do Corpo de Bombeiros do jardim Acapulco. Em seguida, o “reforço” foi para o Batalhão, onde liberou a saída para que as viaturas fossem às ruas.

Policiais que fizeram o papel dos bandidos usaram armamento pesado para operação ser próxima da realidade
Policiais que fizeram o papel dos bandidos usaram armamento pesado para operação ser próxima da realidade | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Concomitantemente a estre trabalho, dezenas de PMs seguiam o treinamento em frente à empresa. Também houve tiros, correria e até explosões. Muitos moradores ficaram no entorno acompanhando cada movimento atentamente. “É uma operação importante para nos transmitir segurança. Nós precisamos disso. É bonito de ver, apesar de que as bombas mais fortes assustam”, relatou o representante comercial Joelito Lopes.

CONFRONTO

Outra etapa do treinamento envolveu a perseguição aos criminosos, que terminou em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), entre os distritos da Bratislava e do Caramuru. O objetivo da polícia foi analisar formas de levar grupos responsáveis por esse tipo de crime para fora da cidade, para evitar que cidadãos comuns sejam feridos em possíveis confrontos. Ao longo da BR-369 várias equipes ficaram de prontidão.

ANTIBOMBAS

O esquadrão antibombas, que fica em Curitiba, também participou das atividades, como forma de avaliar o tempo de deslocamento em situações reais, com explosivos sendo deixados para trás.

O simulado acontece três meses depois de uma quadrilha com cerca de 30 pessoas aterrorizar a cidade de Guarapuava, na região central do Paraná. O bando bloqueou as entradas e saídas do município e atacou a sede da Polícia Militar. Um PM morreu baleado.

AVALIAÇÃO

“Os deslocamentos das tropas especiais para Londrina foram rápidos. Por volta das 7h já estávamos com os indivíduos localizados em mata por drones e equipes do Batalhão de Operações Especiais. Houve todo um congelamento na região e se de fato ocorresse uma situação como ocorreu em Guarapuava, Criciúma (SC) e Araçatuba (SP) nós lograríamos êxito na captura desses indivíduos”, avaliou o coronel Hudson Teixeira, comandante da PM no Estado.

O comando também deverá implementar novos protocolos para enfrentamento desse tipo de situação a partir dos aprendizados na simulação. “Temos o planejamento de até o final do ano fazermos mais cinco exercícios (em outras cidades)”, projetou. Antes de Londrina, São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Londrina) havia recebido a capacitação.

Atualizada às 10h34

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