A PF (Polícia Federal) desarticulou, nesta quinta-feira (14), uma organização criminosa que atuava em Londrina e região com o tráfico internacional de drogas e na lavagem de dinheiro. Cerca de 80 agentes cumpriram 15 mandados de busca e apreensão, dez de sequestro de veículos, três de embarcações e dois de imóveis nas cidades de Londrina, Cambé (Região Metropolitana de Londrina), Apucarana (Centro-Norte), Santo Antônio da Platina (Norte Pioneiro), Loanda (Noroeste) e Porto Rico (Noroeste).

A Justiça também expediu um mandado de prisão, que foi cumprido em Londrina, e uma mulher, natural de Apucarana, foi detida em flagrante em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Os dois líderes do grupo já estavam cumprindo pena na PEL (Penitenciária Estadual de Londrina). Ao todo são dez investigados e todos contam com passagens pela polícia, como tráfico de drogas, homicídio, corrupção ativa, porte ilegal de arma de fogo, receptação, estelionato, furto, descaminho e desobediência.

Carros e embarcações eram compradas com dinheiro do tráfico internacional
Carros e embarcações eram compradas com dinheiro do tráfico internacional | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

A investigação começou no final de 2019 após prisões e apreensões das polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal. Pela atuação em conjunto, a operação foi denominada “Mãos Amigas”. Em quase três anos foram detidas 19 pessoas. “O grupo transportava droga do Paraguai, da região da fronteira, até a região de Londrina e com veículos produtos de furto e roubo. Após trazerem a droga, distribuíam para outros estados”, detalhou o delegado federal Hugo Leonardo Mariano Mendonça. “Identificamos só em droga apreendida (nos últimos anos) R$ 40 milhões”, destacou.

LEIA TAMBÉM:

+ Suspeito de liderar quadrilha é preso pela PF em condomínio de Cambé

+ Número de crimes cibernéticos dispara na pandemia

VIDA DE LUXO

Entre os bens apreendidos nesta quinta estão carros de luxo, jet skis e até um fusca que era usado por um dos investigados para competições, no entanto, a fonte de renda principal dele vinha do tráfico de drogas. “Alguns investigados moravam em condomínios e casas de padrão elevado. Ostentavam passeios, churrascos, festas, armas e dinheiro. Não tinham atividades líticas que suportassem esse estilo de vida”, elencou.

Também foram tirados de circulação durante o trabalho de apuração 13.259 quilos de maconha, 698 quilos de cocaína, 1,2 quilo de crack e uma estufa com 248 pés de maconha. A estufa foi descoberta em um galpão alugado em Cambé no mês de janeiro. No dia, uma pessoa foi presa em flagrante no momento em que cuidava das mudas.

DESCAPITALIZAÇÃO

De acordo com a Polícia Federal, as investigações deverão continuar, já que os criminosos colocavam imóveis e veículos em nome de terceiros. Além disso, o delegado frisou que a descapitalização é o principal meio para combater essas organizações. “Todas elas visam o lucro. Não importa qual a atividade ilícita, seja hoje o tráfico de drogas, amanhã o contrabando, mas todas estão atrás de vantagens e temos que atacar diretamente o que quererem.”

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.