Sétima vala será aberta no aterro sanitário de Londrina
Última célula, que começou a funcionar em 2021, tem esgotamento estimado em 20 meses
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segunda-feira, 02 de dezembro de 2024
Última célula, que começou a funcionar em 2021, tem esgotamento estimado em 20 meses
Pedro Marconi
Com a atual vala para despejo de rejeitos dos imóveis de Londrina indo para o fim da vida útil, tendo ainda cerca de 20 meses de capacidade para recebimento de materiais, o município está buscando uma empresa especializada para que realize os serviços de abertura da sétima célula no aterro sanitário. A Central de Tratamento de Resíduos fica no distrito de Maravilha, na região sul da cidade.
A estrutura a ser construída terá 25 metros de profundidade e capacidade de 350 mil metros cúbicos. A licitação prevê que as terceirizadas interessadas apresentem propostas até 17 de dezembro. O valor máximo do edital é de R$ 6,5 milhões, sendo quase R$ 2 milhões direcionados para o sistema de impermeabilização.
Esta etapa, considerada a mais importante para evitar contaminações ou riscos ao meio ambiente, contempla a instalação de mantas termoplásticas de geomembranas, tendo também camadas de argila, pedrisco e brita.
A coleta domiciliar de resíduos sólidos recolhe uma média mensal de 10.950 toneladas de lixo, que vão para o aterro. Os trabalhos para a construção da nova célula devem durar um ano, a partir da assinatura da ordem de serviço, o que está projetado para o primeiro trimestre do ano que vem, caso não tenha nenhum problema no andamento da licitação.
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O edital obriga as empresas a apresentarem documentação de capacidade técnica operacional, profissional e qualificação econômico-financeira. De acordo com a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), no termo de referência do certame, estes pré-requisitos são uma forma de desencorajar "empresas inaptas a se aventurarem na participação".
CATORZE ANOS DE EXISTÊNCIA
Levantamento divulgado na semana passada pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente alertou que o Brasil tem cerca de três mil lixões a céu aberto, o que é proibido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Em Londrina, o antigo lixão que funcionava no Limoeiro, zona leste, foi desativado em 2010.
A Central de Tratamento de Resíduos ocupa uma área de 30 alqueires, no entanto, somente 190 mil metros quadrados são possíveis para aterramento, totalizando até 13 valas na distribuição do espaço. A última célula a entrar em funcionamento foi em 2021, com capacidade para receber 430 mil metros cúbicos de resíduos. As outras cinco já estão aterradas.
Desde a inauguração do aterro, o tempo médio para esgotamento de uma vala é de três anos e meio. A estrutura tem cinco lagoas de chorume com capacidade de 15.000 metros cúbicos e barracões de compostagem.
CMTU
Por meio de nota, a CMTU informou que a Central de Tratamento de Resíduos tem vida útil estimada até o ano de 2040, pelo menos. "A sétima célula, cujo processo licitatório de construção encontra-se aberto, deve ficar pronta dentro de 9 a 12 meses após o início dos trabalhos, e tem previsão de uso para 36 meses. A sexta vala está em utilização há 4 anos e ainda deve ficar em atividade por mais um ano e meio", detalhou.
Mesmo com a atuação das sete cooperativas de catadores presentes na cidade, segundo a companhia, observa-se que o volume de recicláveis presente na CTR atualmente varia entre 20% e 30% do total.
A assessoria da CMTU citou ainda as vantagens da utilização do aterro sanitário: a disposição de resíduos em área 100% impermeabilizadas (os resíduos aterrados não têm contato com o solo primitivo); o tratamento do lixiviado (chorume); a ausência de catadores de resíduos; a utilização de técnicas de engenharia para disposição dos resíduos (confinamento em menor área possível); a minimização da geração do lixiviado; o cerceamento e cortina vegetal; bem como o sistema de drenagem de gás e percolado. Isto é, a CTR traz ganhos ambientais e economicidade para a administração pública.
(Atualizada)