Avisos foram colocados nas portas do terminal: "sem previsão de volta"
Avisos foram colocados nas portas do terminal: "sem previsão de volta" | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

O vai e vem frenético de pessoas e ônibus no Terminal Central de Londrina deu lugar a um espaço completamente vazio nesta sexta-feira (9). As portas de acesso foram abaixadas em razão da paralisação dos trabalhadores do transporte coletivo, que não receberam o salário referente ao mês de março. Avisos foram colocados informando o ato e deixando bem claro como será daqui para frente: “sem previsão de volta”. Os pontos de ônibus do centro também amanheceram sem ninguém.

Após 12 horas de plantão na Santa Casa, a técnica em enfermagem Alexandra Cândido resolveu ir a pé para casa, junto com as colegas de serviço. Moradora do jardim Santa Monica, na zona norte, iria percorrer cerca de quatro quilômetros até chegar à residência, para descansar. “Cheguei no terminal e não tem ônibus. O transporte por aplicativo está caro. Estou exausta. A situação é difícil, mas não temos culpa”, destacou.

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Com pendências a resolver na agência bancária que fica no Calçadão, o aposentado Edgar Batista usou a bicicleta para se deslocar da zona leste até a área central. “Estou com 69 anos. Para quem é de idade pedalar uma distância tão longa cansa mais, só que não teve outro jeito. Se não viesse hoje, iria ficar no prejuízo. Quem pagaria essa conta?”, constatou. Muitas pessoas ainda pegaram carona com vizinhos e conhecidos para não se prejudicarem.

Recebendo milhares de passageiros diariamente, terminal amanheceu vazio
Recebendo milhares de passageiros diariamente, terminal amanheceu vazio | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

As lojas de rua abrem às 10h, só que muitos funcionários precisam ir mais cedo para arrumar estoques e organizar os estabelecimentos, como é o caso da vendedora Alana Salomão. Dependendo do transporte coletivo, dividiu uma viagem de aplicativo com outros amigos. “O que pagaria R$ 15 em um dia normal, hoje ficou mais que o dobro. Cada um pagou um pouco e esse foi o jeito para chegar no serviço”, relatou. Os carros de aplicativo têm preço rotativo, que variam de acordo com a demanda e horário.

Os carros que fazem as linhas metropolitanas pararam por algumas horas nesta sexta-feira, entretanto, voltaram a circular após a promessa de quitação do pagamento dos motoristas no início da semana que vem. Ibiporãense, a empregada doméstica Marta Silva conseguiu vir para Londrina de ônibus. No entanto, a preocupação era para se deslocar até a casa onde atua, na zona sul. “Imaginei que tivesse um ou outro ônibus rodando. Perguntei para minha patroa se conseguia me buscar ou pagar Uber. Independentemente disso, vou chegar atrasada já.”

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