Trabalhadores das empresas TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) e Londrisul protestam nesta sexta-feira (9) para reivindicar o pagamento dos salários. De acordo com o Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina), cerca de 1.200 funcionários atuam nas duas empresas.

Imagem ilustrativa da imagem Sem salários, trabalhadores do transporte coletivo fazem paralisação em Londrina
| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

Parte dos trabalhadores está concentrada desde às 3h30 da madrugada em frente à garagem da TCGL, na Vila Recreio, região central de Londrina. Os ônibus permanecem no local e a população está sem o serviço de transporte coletivo nesta manhã.

O diretor do Sinttrol, José Francisco, ressaltou que os funcionários das duas empresas não receberam salários e nem previsão para o pagamento. Nesta semana, representantes da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), da Procuradoria-Geral do Município e das empresas responsáveis pela execução dos serviços se reuniram, mas não chegaram a um acordo.

"Existe um desequilíbrio econômico-financeiro no transporte público que, inclusive a CMTU reconhece. Porém, estão fazendo alguns estudos para ver a viabilidade de se fazer um aporte financeiro para as empresas. Mas eles não têm essa definição ainda e a urgência dos trabalhadores é para ontem. A gente precisa de uma definição para ter os pagamentos em dia", frisou.

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Já os funcionários da empresa TIL Transportes Coletivos, que também realizavam paralisação nesta manhã, voltaram aos trabalhos após negociação com representantes da empresa que é responsável pelo transporte coletivo na região metropolitana de Londrina.

Conforme a assessoria de imprensa da TIL, os trabalhadores receberam 55% dos salários e a empresa entregou um termo de compromisso, assinado pela direção da TIL, garantindo o pagamento dos 45% restantes na segunda-feira.

Em nota, as empresas TCGL e Londrisul informaram que “o sistema de transporte coletivo vem sofrendo com a queda brutal da arrecadação" e que, ainda assim, mantêm a prestação dos serviços seguindo os protocolos e medidas sanitárias recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e as determinações da CMTU.

As empresas também mencionaram o aumento no preço de insumos como óleo diesel que, conforme a nota, sofreu reajuste de 41% no primeiro trimestre de 2021. A necessidade de suporte econômico foi apontada mensalmente pelas operadoras ao município. Elas alegam ainda que recorreram a empréstimos bancários para manter os serviços.

“Agora, passados 14 meses de pandemia, a capacidade econômico-financeira das operadoras, infelizmente se esgotou, não havendo mais recursos para o implemento de suas obrigações, em que pese, em processo administrativo, o poder público reconhecer a existência do desequilíbrio e de valores a serem restituídos às operadoras”.

Em nota, a assessoria de imprensa da CMTU informou que participou de uma reunião on-line na última quarta-feira (7) convocada na véspera pelo Ministério Público do Trabalho, a pedido da empresa TCGL. Na quinta-feira, uma nova reunião terminou sem a confirmação do pagamento pela empresa aos trabalhadores.

“Vale ressaltar que o poder público, assim como a maioria dos segmentos empresariais, também passa por dificuldades em razão da crise provocada pela pandemia da COVID-19. Desde o início dos reflexos da pandemia, a CMTU tem feito intervenções diárias para buscar o equilíbrio entre a redução do número de passageiros e a oferta do serviço”, afirmou em nota.

A CMTU informou ainda que o município “realizou a antecipação de valores na ordem de R$ 6 milhões nos três primeiros meses de 2021”. As concessionárias já foram notificadas para manter a prestação dos serviços, conforme prevê o contrato com o município. A Companhia não informou quais sanções poderão ser aplicadas em razão da paralisação nesta sexta-feira.

(Matéria atualizada às 12h28)

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