A secretaria municipal de Saúde vai promover mudanças no fluxo de pessoas dentro da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim do Sol, na zona oeste de Londrina. As medidas estão sendo adotadas após um técnico em enfermagem ser agredido com um soco dentro da unidade pelo filho de um paciente, no fim de semana. Na terça-feira (27), representantes do Sindserv (Sindicato dos Servidores Municipais de Londrina) e da pasta se reuniram para debater a necessidade de mais ações para evitar novos episódios de violência.

A partir desta quarta-feira (28), apenas pacientes previstos na lei poderão ter direito a acompanhante durante o atendimento. É o caso de crianças, idosos acima dos 60 anos e pessoas com deficiência. “O grande problema relatado pelos servidores é o acesso livre na unidade de pessoas estranhas ao atendimento, como por exemplo, chegar três, quatro pessoas com um paciente, como aconteceu no sábado (quando o servidor foi agredido)”, explicou Felippe Machado, secretário municipal de Saúde. No saguão de espera não há restrições.

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Além disso, uma nova porta será aberta ainda nesta semana para que os pacientes tenham acesso à sala de triagem sem que passem por outras áreas da unidade. “Temos um servidor que tem atribuição de fazer o monitoramento do fluxo de atendimento e agora passar a agregar a função de controle do acesso, até que consigamos fazer um termo de referência para contratar uma empresa especializada que possa fazer esses serviços em todas as unidades de saúde 24 horas.”

As portas principais da UPA do Sol, assim como do jardim Sabará, na zona oeste, são magnéticas. Machado ainda afirmou que pediu à secretaria municipal de Defesa Social a presença de guardas municipais durante todo o dia. No entanto, ainda não tem data para isso aconteça. “Hoje, temos guardas no período das 19h às 6h, que é o horário de maior tensão. Solicitamos guardas 24 horas na UPA Sol, Sabará e o pronto atendimento Leonor. Atualmente, apenas o PAI (Pronto Atendimento Infantil) tem essa escala maior de agentes”, pontuou.

AVALIAÇÃO

Presidente do Sindserv, Fábio Molin acredita que as mudanças terão impacto na segurança dos trabalhadores. “A ideia é que repercuta positivamente, até porque foi construída junto com os servidores. Mas vamos avaliar daqui alguns dias, se realmente foram positivas". O técnico em enfermagem agredido segue afastado das funções.

Os servidores reclamam que casos de constrangimento e até ameaças são comuns na UPA do jardim do Sol. “Isso é reflexo de algumas situações. Muitas vezes as pessoas buscam os serviços com entendimento de que como tem médico 24 horas, vão ser atendidas rapidamente. No entanto, é UPA e a prioridade é atender pacientes mais graves, existe uma classificação de risco, e os pacientes que têm diagnóstico de menor gravidade esperam mais e acaba gerando insatisfação”, alertou.

INVESTIGAÇÃO

A Polícia Civil informou que as vítimas envolvidas na confusão - já que outros funcionários teriam sido ameaçados pelo agressor – foram ouvidas e passaram por exame de corpo de delito. O homem investigado, que tem 35 anos, deverá se apresentar para ser interrogado nesta semana, segundo a corporação. “A Polícia Civil pretende encaminhar o procedimento para o poder Judiciário na semana que vem, ou seja, antes do prazo processual de 30 dias previsto para conclusão da investigação”, ressaltou.

SEGURANÇA NA SEde E CAPS

Nesta semana, a secretaria de Saúde encaminhou ofício para a Defesa Social pedindo reforço na segurança na sede da pasta, na avenida Theodoro Victorelli, zona leste. No documento, que a reportagem teve acesso, Felippe Machado relatou que a população (pessoas em situação de rua) “têm adentrado o prédio, causando confusão com os servidores.”

A coordenação do Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) também fez um pedido por mais patrulhamento no imóvel, na avenida Juscelino Kubitschek. O lugar foi alvo de invasões recentes, em que até torneiras foram furtadas. “Evidente que talvez o cenário ideal seria ter em todos os prédios a figura do guarda 24 horas, mas por outro lado entendemos a dificuldade e a logística da equipe da Guarda Municipal. Então, estamos conversando diariamente para atender essas situações pontuais”, ponderou Machado.

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