Quatiguá e a Revolução de 1930

O município de Quatiguá (Norte Pioneiro) pretende implantar ainda este ano um museu histórico sobre a Revolução de 1930. A promessa é da prefeita da cidade, Adelita Parmezan (PTB), que garantiu que já possui o espaço definido para isso. “Será onde era a antiga biblioteca municipal. A gente está na fase de levantamento do que a população local tem sobre o período”, afirmou. Segundo ela, como o município foi um dos espaços em que ocorreram batalhas, pode ser que várias pessoas tenham dentro de suas casas algum objeto ou imagens daquela época que foram herdados dos avós.

“Estamos comunicando a população para que ela faça parte da constituição desse acervo. Teríamos um trabalho interessante nas escolas, mas por causa dessa pandemia ele foi suspenso. Criamos uma equipe da Cultura especificamente para cuidar disso e ir atrás dessas informações”, destacou Parmezan.

A concepção do museu, de acordo com a prefeita, deve se focar em algo mais dinâmico entre as salas. “A gente está pensando em fazer uma sala de multimídia com as informações e fotos, com as reproduções dos fatos. Essa sala ficaria bem na entrada e a pessoa estaria ouvindo as explicações. Seria algo similar ao que é feito nas primeiras alas do Memorial JK (que possui vários painéis com fotografias), mas ainda temos apenas um esboço do que pretendemos fazer”, declarou.

A prefeita contará com a ajuda de Maria da Graça Montanha César, ex-diretora municipal de Cultura de Siqueira Campos, e do professor Roberto Bondarik, da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). “A importância de ter um museu desses para a região é o não esquecimento da história. Essa Revolução de 1930 não atingiu só a nossa cidade, mas a região inteira. Uma das batalhas mais importantes aconteceu em Quatiguá, mas elas ocorreram também em Siqueira Campos, Joaquim Távora e outras cidades do nosso Norte Pioneiro”, destacou.

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Segundo a prefeita, o museu deve incentivar o turismo histórico. “A gente está preparando para que Quatiguá tenha atrativos relacionados a esse episódio, mas queremos deixar um acervo histórico na nossa cidade para que outras pessoas lembrem do que nossos ancestrais fizeram na nossa terra e tenham acesso a informações sobre tudo o que aconteceu”, apontou.

Ela ressaltou que o projeto dará sequência a esse resgate, que foi iniciado no ano passado com a reforma do memorial, que é tombado e onde foram sepultados soldados que participaram da batalha no município. “Também vamos criar um site que vai digitalizar parte do acervo que teremos e estamos pensando em espalhar ícones contando essa história, que poderão ter mais detalhes acessados por uma plataforma de QR code.”

O professor Roberto Bondarik explicou que organizará uma campanha para arrecadar objetos e fotografias, mas pretende procurar principalmente por objetos do Exército que são daquela época. “Quando se fala em história do interior do Paraná as pessoas citam a Geada Negra, mas muito tempo antes disso já tínhamos uma história e não é uma história restrita ao município, mas ela influenciou todo o Paraná. A história de nosso Estado não se restringe aos tropeiros e à erva mate ”, destacou. “Esse museu será um marco da história paranaense, ainda mais do Norte Pioneiro, pois geralmente as pessoas pensam que aqui nunca aconteceu nada."

“Eu, como pesquisador, vou participar desse projeto do museu pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, pelo campus de Cornélio Procópio. Vou apresentar o projeto e ele deve ser aprovado”, afirmou.

SERVIÇO - Quem quiser doar material para o acervo pode procurar a Secretaria de Esporte e Cultura ou Secretaria Administrativa do município de Quatiguá pelo email [email protected] ou pelo e-mail [email protected].

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