A secretaria municipal de Assistência Social está discutindo com a secretaria municipal de Trabalho, Emprego e Renda um projeto para que pessoas em situação de vulnerabilidade social, incluindo moradores de rua, sejam contratadas por empresas que manterem vínculo com a Prefeitura de Londrina. A ideia é que exista um percentual mínimo de admissão destas pessoas.

Pesquisa realizada pela Assistência Social apontou que 36% dos usuários atendidos foram para as ruas por causa de conflitos familiares
Pesquisa realizada pela Assistência Social apontou que 36% dos usuários atendidos foram para as ruas por causa de conflitos familiares | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

“Hoje, durante e pós-pandemia de coronavírus, estamos verificando que a questão do trabalho e renda é algo importante. Então, aquilo que a Assistência Social faz, de concessão de benefício, tem que ser o meio e não o fim. O que vislumbramos é a autonomia da população e isso é possível com habitação, trabalho e renda”, defendeu Jacqueline Micali, secretária de Assistência Social.

O projeto ainda está em fase de estudo e terá que passar pelo crivo da Procuradoria-Geral do Município antes de ser encaminhado à Câmara de Vereadores, já que o programa deverá se tornar lei para poder ser executado. A secretária não deu prazo que isso aconteça.

LEVANTAMENTO

Pesquisa divulgada neste mês pela pasta da assistência traçou um perfil da população de rua atendida pelos serviços de acolhimento em instituições de Londrina. Foram ouvidas 189 pessoas, número que representa 71% das 265 vagas de acolhimento existentes em sete das oito unidades que atendem o público adulto na cidade. A maior parte dos entrevistados (56%) tinha entre 35 e 59 anos, seguido dos jovens entre 18 a 34 anos, que somaram 28%.

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De acordo com o levantamento, 36% dos usuários atendidos relataram que foram para as ruas por conta de conflitos familiares e 25% justificaram o desemprego. A maioria das pessoas que participaram da pesquisa afirmaram que possuem laços familiares, mesmo que fragilizados. Verificação de 2019 indicou que Londrina tem cerca de mil pessoas vivendo nas ruas.

Micali destacou que as políticas públicas voltadas a esta população precisa ser transversal e citou, como uma das últimas ações implementadas, a inclusão produtiva, por meio da economia solidária, que também engloba grupos com moradores de rua. “Estamos em contato com a Saúde, Trabalho. Precisamos de habitação, da geração de trabalho e renda e isso é um trabalho contínuo, nunca para”, garantiu.

OPERAÇÃO NOITE FRIA

Com a queda acentuada das temperaturas nos últimos dias e a proximidade do inverno, que inicia em 21 de junho, a operação Noite Fria deve ser lançada em, no máximo, três semanas, segundo a secretária de Assistência Social. Serão ofertadas 40 vagas entre homens e mulheres. O edital para contratar as instituições já foi lançado, passou pelo Conselho Municipal de Assistência Social e agora a secretaria está analisando as propostas recebidas.

A operação oferece vagas em entidades para que os moradores em situação de rua, encaminhados pela abordagem social, possam pernoitar nos períodos de frio. No ano passado, a iniciativa foi adiantada e começou a atender no final de maio.

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