A chuva costuma ser bem recebida na agricultura, já que é importante para o crescimento das plantas. Mas para os produtores da região da Estrada da Cachoeirinha, zona rural de Londrina, toda a vez que chove é um tormento. Cansados de esperar por melhorias, um grupo de cerca de 20 pessoas foi até a sede do MP-PR (Ministério Público do Paraná) denunciar a situação da estrada, na esperança de que a instituição também cobre providências da prefeitura.

Segundo os agricultores, os relatos foram protocolados na Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e a promessa foi de que um procedimento interno será aberto para apurar o caso. “É muito constrangimento e humilhação o que temos passado lá e quando somos obrigados a cobrar das autoridades promessas não cumpridas. Viemos ao Ministério Público pedir ajuda”, destacou o produtor Elói Ferri, que mora na região há 60 anos. Posteriormente, o grupo foi até o prédio do Executivo municipal.

A estrada fica nas proximidades do Distrito Espírito Santo, na zona sul. Cerca de 60 famílias moram na região e dizem que, pelo menos, dez quilômetros da via estão intransitáveis, prejudicando o escoamento da safra e deixando as crianças sem aulas, já que o ônibus do transporte escolar não consegue chegar até as propriedades. Além disso, caminhões têm ficando encalhados e precisam ser retirados com a ajuda de tratores. A cobrança é para a colocação de moledo.

Com estrada "lisa", veículos pesados têm saído da pista facilmente e ficam atolados
Com estrada "lisa", veículos pesados têm saído da pista facilmente e ficam atolados | Foto: Divulgação

“Quando atravessamos período de estiagem a estrada fica boa, mas quando chove não tem condição de passar. Isso é difícil. Temos aviários, tanque de peixes, granja de porcos e a ração chega para os produtores no dia e no horário certo. Tempo de chuva os caminhões não descem e como os animais ficam sem comida?”, questionou Eduardo Fernandes, que planta soja e milho. “É uma comunidade com muitos idosos, que trabalharam a vida inteira e no momento de descansar vivem em meio à lama, não conseguem sair para procurar atendimento médico”, indignou-se.

PREOCUPAÇÃO

Os agricultores disseram que no ano passado o município começou a promover algumas intervenções na Estrada da Cachoeirinha, no entanto, o serviço teria sido feito em apenas um quilômetro e não foi finalizado. “Ergueram uma parte da estrada e depois abandonaram, as máquinas não voltaram mais. Precisamos de moledo urgente, se um ônibus com as crianças escorrega na estrada, que está lisa, tomba”, pontuou Danilo Ferri.

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SECRETARIA DE AGRICULTURA

Secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Regis Choucino afirmou que na região existem dois terrenos com moledeiras, no entanto, os proprietários não se dispuseram a disponibilizar o material para o poder público. “Quando começamos a fazer a readequação (no ano passado) tínhamos certeza que iam se sensibilizar e arrumar o material para nós, mas não quiseram oferecer. Não temos material perto para fazer.”

Choucino explicou que a prefeitura tem uma moledeira no distrito de Lerroville - a 60 quilômetros de distância - o que fica inviável o transporte e a logística. “Se cedem as modeleiras vamos coletar a documentação e dar entrada na licença ambiental para extrair. Não queremos passar responsabilidade, mas pedir ajuda para trabalhar em conjunto. Precisamos e queremos fazer (a instalação de modelo)”, garantiu. “Estamos conversando com nosso pessoal e tentando outras alternativas. Estamos preocupados com a comunidade”, acrescentou.

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