Se depender da vontade da Prefeitura de Londrina, os lagos Igapó dois e Cabrinha, nas regiões sul e norte, respectivamente, deverão contar com pedalinho, caiaques e stand up paddle (esporte em que é necessário ficar em pé em cima de uma prancha e utiliza um remo) até o final do ano. O município lançou na terça-feira (28), por meio da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), a licitação para concessão da exploração dos espaços à iniciativa privada.

Os envelopes das empresas interessadas devem ser entregues na companhia até o dia 13 de outubro. O valor mínimo é de R$ 712 mil, para um contrato de dez anos. A concessão foi dividida em dois lotes. O projeto foi idealizado pelo Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), que se inspirou em outras cidades, como Gramado, no Rio Grande do Sul. Segundo o presidente do instituto, Bruno Ubiratan, a ideia é resgatar a “autoestima” do londrinense e movimentar a economia local.

“O londrinense vai aproveitar muito. Em cidades onde já existe esse projeto percebemos a autoestima dos moradores e uma das nossas principais metas é resgatar a autoestima do londrinense para amar a própria cidade. Vai atrair pessoas de fora para Londrina para aproveitar os lagos. Vão frequentar nossos restaurantes, bares e hotéis. Londrina é selo A no Mapa do Turismo Brasileiro”, destacou.

O edital prevê que a concessionária vencedora do certame terá que apresentar os projetos topográfico, estrutural, hidrossanitário e elétrico no prazo de 15 dias partir da assinatura do termo de concessão, para aprovação da CMTU. Depois dos documentos serem avalizados pela companhia, a empresa terá que executar as obras em até um mês para colocar tudo em funcionamento na sequência.

OBRAS

Entre as infraestruturas previstas a serem construídas estão um mirante, lanchonete e banheiros nos dois lagos. As intervenções deverão ser bancadas pela concessionária. A empresa também terá que pagar mensalmente o valor final ofertado na licitação para o município pela concessão de uso. No Igapó, a estrutura ficará na esquina da avenida Higienópolis com a rua Bento Munhoz da Rocha Neto, enquanto que no Cabrinha será ao lado da rua Félix Chenso.

Serão 12 pedalinhos em modelo de “cisne”, sendo metade para duas pessoas e outros seis para quatro pessoas, além de oito caiaques e duas pranchas de stand up paddle. A taxa máxima que poderá ser cobrada dos usuários será de R$ 10 por pessoa para passeio individual e R$ 8 para passeio em dupla, trio ou quarteto, pelo tempo mínimo de 15 minutos. O funcionamento terá que ser de oito horas diárias, de segunda a domingo.

OPINIÕES

Frequentadora assídua do lago Igapó para caminhadas, a aposentada Maria Tereza Gusmão gostou o projeto. “Vai ser bem legal, trazer mais famílias para o lago e dar um bom uso para o cartão-postal da cidade, já que tem bastante espaço”, avaliou. “Tomara que realmente funcione e as pessoas saibam aproveitar, sem vandalismo e sujeira no lago”, opinou o engenheiro Marcos André Ferraz.

Na zona norte, a preocupação é com a sujeira que já toma conta de alguns pontos do espalho d’água. “Depois que reformaram ficou bem melhor aqui, mais iluminado. Só que limparam o lago e tem sujeita de novo, principalmente de folhas, galhos e plástico que jogam, sem respeitar o meio ambiente”, constatou o autônomo João Costa.

ASSOREAMENTO

O município entregou no ano passado a revitalização do Cabrinha, trabalho que contou com o desassoreamento do lago. O Igapó também vem recebendo melhorias, no entanto, o lago está assoreado, como apontou levantamento feito em 2015 pelo Instituto das Águas do Paraná. Na semana passada, a FOLHA mostrou que a prefeitura voltou a discutir sobre o desassoreamento do lago.

Bruno Ubiratan garantiu que os resíduos no Igapó dois não vão impossibilitar os passeios ou a prática de esporte. “Fizemos testes e não inviabiliza. Além disso, haverá medidas de segurança, coletes salva-vidas e pessoas de prontidão para qualquer situação”, frisou o presidente do Codel.

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