Nesta semana chegou ao fim o contrato firmado entre a prefeitura de Londrina, o governo do Estado e a empresa que fornecia o botão do pânico para as mulheres com medidas protetivas. O programa foi instituído em novembro do ano passado e não foi renovado. Como alternativa ao dispositivo, o município divulgou, nesta quinta-feira (4), o botão do pânico dentro do aplicativo “153 Cidadão”, que foi lançado oficialmente nesta quinta, durante evento na prefeitura.

Aplicativo também poderá se utilizado pelos moradores para outras ocorrências
Aplicativo também poderá se utilizado pelos moradores para outras ocorrências | Foto: Emerson Dias/N.com

O aplicativo já pode ser baixado nas plataformas digitais e oferece outros serviços de denúncias e acionamentos, como a Defesa Social, disponibilizando um ícone específico para a violência doméstica. Caso o agressor viole a medida protetiva, a mulher poderá acionar a ferramenta, que vai avisar a GM (Guarda Municipal). A corporação tem a Patrulha Maria da Penha.

Atualmente, mais de quatro mil mulheres têm medida protetiva no município, somando os dois juizados especiais. “Quando era o botão do pânico físico, não tínhamos botões suficientes para todas as mulheres com medidas protetivas de urgência. A Justiça tinha que selecionar aquelas que estavam em risco eminente e mais ameaçadas”, destacou Zilda Romero, titular do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Londrina.

A reportagem apurou, por meio da licitação lançada à época, que a quantidade de botões do pânico representava menos de 1% do total de vítimas de violência com medida. “Com esse aplicativo vamos poder disponibilizar para todas as mulheres vítimas que têm medida protetiva de urgência”, defendeu a juíza.

A secretaria municipal de Defesa Social tem a relação das mulheres que estão salvaguardadas pela lei. “O aplicativo veio substituir o aparelho físico pelo celular. Mais de 90% das mulheres (que tinham o botão) não carregavam o aparelho, mas todas estavam com o celular quando ligávamos para saber se tinha acontecido algum problema”, destacou Pedro Ramos, responsável pela pasta.

DEMANDA

O secretário também garantiu que a guarda conta com efetivo suficiente atender a demanda, que poderá aumentar, já que mais mulheres terão acesso ao botão no novo formato. “Até hoje, independentemente de ter o botão do pânico ou não, a mulher sempre foi atendida quando ligava no 153. Não acredito que essa ferramenta vai gerar uma demanda insuportável para a guarda. Se tiver aumento no número de ligações, é porque está havendo o crime e temos que dar a resposta da mesma forma.”

CELULARES

O botão do pânico que estava sendo utilizado funcionava em qualquer lugar e ficava conectado via internet à central da GM, sendo distribuindo gratuitamente. Com a nova forma de acionamento, as mulheres terão que possuir celular próprio. Segundo o prefeito Marcelo Belinati, a prefeitura está vendo formas de fornecer o equipamento para as mulheres que não têm. “Oficiamos a Receita Federal e os outros órgãos judiciários, que dispõe desses aparelhos, para que possam nos fornecer. Caso não seja possível, a própria prefeitura vai adquirir para dar o celular para a mulher, para que utilize o instrumento tecnológico de proteção”, explicou.

O município obteve um software, em que está interligado o aplicativo 153 Cidadão. Este sistema oferece outras possibilidades, que deverão ser complementadas ao longo do tempo. Entre as opções está o acompanhamento da ocorrência pelas câmeras de videomonitoramento a partir do acionamento, com o operador na sede repassando as informações para a equipe que está na rua.

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