Pretos, brancos, frajolas, pelados ou peludos, com ou sem raça, persas, siameses... para quem é “gateiro”, dá até vontade de ter um gato de cada tipo em casa. Estima-se que existam cerca de 500 milhões de gatos no mundo, e o Brasil tem a quarta maior população desses animais - cerca de 12,4 milhões, segundo levantamento do site australiano Pet Rescue.

Mas apesar de adoráveis, os gatos ainda carregam alguns estigmas. “Isso se deve muito por conta de os gatos serem muito independentes - ao contrário dos cães -, além de parecerem não estar nem aí para os donos. Mas os gatos podem ser muito amorosos e companheiros e demonstram de diversas formas seu carinho pelos humanos”, opina a médica-veterinária da Unopar, Jamile Haddad Neta.

A especialista dá detalhes sobre algumas curiosidades.

1. Por que se lambem?

Uma das características mais marcantes e que faz dos gatos animais extremamente higiênicos são as lambidas - lambem inclusive outros gatos que moram na casa. Os gatos possuem uma língua bastante áspera, e quando eles se lambem os espinhos móveis da língua se prendem aos nós e emaranhados dos pelos, como se fossem ganchos, garantindo uma bela escovação.

Eles passam boa parte do tempo em que estão acordados se lambendo, e podem vomitar as famosas bolas de pelo até quatro vezes por mês, o que é considerado normal.

“Não é recomendado dar banhos nos gatos, a não ser que haja indicação do veterinário por conta de algum problema de saúde. A água e o shampoo em excesso retiram a oleosidade natural e protetora pele, expondo-a a agentes irritantes ou infecciosos que outrora seriam inofensivos", diz a especialista.

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"Além disso, o banho tira os feromônios que eles têm na pele. Como esses hormônios estão relacionados ao bem-estar felino, sua falta faz com que os bichanos sintam uma perda de identidade que leva ao estresse. Você já deve ter notado que após um banho o gatinho se lambe compulsivamente, na tentativa de repor estes feromônios que perdeu”, acrescenta.

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2. Por que escondem as fezes?

Os especialistas ainda não chegaram a uma conclusão, mas é bem possível que seja um comportamento que os gatos carregam desde que eram selvagens. “Ao enterrar as fezes, os gatos evitam que o cheiro seja sentido por outros predadores. Mas pode acontecer também do gato não esconder as fezes e deixá-las visíveis, o que é interpretado como um sinal de que o gato quer marcar aquele território”, afirma.

3. Por que 'amassam o pãozinho'?

Os gatos filhotes “afofam” ou “amassam o pãozinho” (um movimento de vai e vem com as patas dianteiras) na barriga da mãe, como forma de dizer que estão com fome ou que querem dormir. “Muitos gatos levam esse comportamento até a vida adulta, e geralmente fazem isso próximo de alguém que gostam muito ou por quem têm afeição, na maioria das vezes, antes de dormir”, explica a professora.

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4. Por que ronronam?

Aquele “barulho de motorzinho” quer dizer que o gato está em um momento relaxado, ou que gosta do dono. O ronronar acontece sempre quando eles estão dormindo, e o som é provocado pela contração e dilatação da glote, na região da laringe dos gatos, que, ao se movimentar, produz o barulho. “Quando o som está muito alto, pode ser que o bichano esteja estressado”, aponta a veterinária.

5. Por que dormem tanto?

O hábito de dormir durante o dia e de caçar durante a noite vem da época em que eram selvagens. “Os gatos caçam à noite e podem dormir dois terços do dia, entre 12 e 16 horas. É um comportamento normal e está presente em todas as raças”, acrescenta.

6. Por que comem tanto?

Quem é tutor de gato sabe que eles amam comer e costumam dividir sua rotina entre dormir, se lamber e se alimentar. Mas apesar de ser um comportamento normal, o hábito de comer várias vezes durante o dia pode indicar algum problema.

“Gatos que passam muito tempo sozinhos ou que não têm ambientação adequada ou espaço para brincar podem tornar-se entediados e compulsivos por comida, inclusive como uma forma de chamar atenção do tutor. O ideal é oferecer comida ao animal duas vezes por dia, pela manhã e à noite. A comida em excesso pode indicar estresse e problemas de saúde, como falta de nutrientes ou do hormônio estrogênio após a castração de fêmeas, levando à obesidade. O tutor precisa ser firme e não ceder aos miados e pedidos do animal, evitando o excesso de alimentação.” (Com informações da Unopar)

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