Curitiba - A estratégia da Polícia Militar do Paraná de ampliar o uso de cães em operações contra drogas e armas resultou em aumento de apreensões. Segundo a COC (Companhia de Operações com Cães), do Bope (Batalhão de Operações Especiais), em 2020 o total de apreensão de drogas com uso de cães foi de 59,9 toneladas, o que representou aumento de 969% em relação a 2019 (5,6t). Nos primeiros quatro meses de 2021, as operações com cães apreenderam 14,3 toneladas de drogas, ou seja, 8,7 toneladas a mais que o ano todo de 2019. Em relação a armas de fogo, em 2020 houve 186 apreensões, contra 141 efetuadas em 2019. De janeiro a abril de 2021 foram 48 armas apreendidas – quase um quarto do total do ano anterior.

O subcomandante do COC, tenente Marcelo Henrique Hoiser, explica que foram criados mais canis, como o do Batalhão de Polícia Rodoviária, na região Noroeste. Ele também ressalta as ações pontuais. “Aumentaram as operações com uso de cães, com destaque nas fronteiras e divisas. Houve fiscalizações que resultaram em apreensões de drogas em grande escala”, disse.

O subcomandante Hoiser ressalta o desempenho dos cães comparado ao de humanos. Os animais possuem atributos como olfato apurado, visão e agilidade de locomoção. “Somos limitados perante o potencial que os cães têm, principalmente em relação à morfologia e a fisiologia do faro”, afirmou.

Os cães policiais precisam de 18 meses de treinamento para estarem aptos ao serviço
Os cães policiais precisam de 18 meses de treinamento para estarem aptos ao serviço | Foto: Polícia Militar do Paraná/Sesp/PR

RAÇAS

Atualmente, a Polícia Militar tem 168 cães em atuação no Paraná. A maioria é da raça Pastor Belga, mas há também Labradores Retriever, Gold Retriever e Blooddhoun, cada raça com sua funcionalidade específica, para aprimorar ainda mais as operações policiais. Dentre elas estão o faro de drogas, o faro de armas de uso exclusivo, a busca e captura de pessoas e também o patrulhamento.

A utilização de cães de faro é específica em certas ações policiais e necessita de adestramento especial e de uma disciplina aos animais. "A aplicação dos cães no serviço policial é uma maneira eficaz de superar a criatividade dos traficantes, que escondem drogas em locais incomuns e, às vezes, inacessíveis aos seres humanos. O cão é preciso, vai direto ao ponto e indica o alvo com certeza", destacou o tenente .

A caraterística (fisiologia) do cão ajuda na definição para qual tipo de ação da PM o animal será empregado. “Procuramos aliar a função que o cão pode desempenhar na ação com sua fisiologia e característica. Cães que têm um canal nasal maior, têm mais chances de ter sucesso na operação”, explicou Hoiser.

Segundo ele, o temperamento dos animais também é importante, pois o cão de serviço tem muito interesse em brincar, caçar e jogar. “Procuramos canalizar esse perfil para obter sucesso nas operações e na formação desses cães”, disse.

Dentre as atividades em que os cães policiais são empregados, a busca por pessoas desaparecidas ou foragidas da justiça também têm maior eficácia. “Quando há restos biológicos de uma pessoa em um ambiente, mesmo que esse material tenha ficado aproximadamente 65 dias sobre o solo, um cão tem 93% de chance de localizar a pessoa dona daquele odor. Quando apresentado logo após o crime, há 100% de certeza que o cão vai encontrar a pessoa”, explicou.

BOMBEIROS

O tenente Hoiser também enfatizou as atividades dos cães do Corpo de Bombeiros, que foram essenciais em 20 buscas realizadas e que tiveram o resultado positivo em 2020. O Grupo de Operações de Socorro Tático, por exemplo, executou 22 buscas, sendo 14 exitosas.

Os cães também são muito aplicados em operações policiais como barreiras e blitzes, em abordagem a veículos e ônibus de viagem, com o objetivo de localizar drogas ou armas transportados por pessoas em seus corpos ou em malas e mochilas.

TREINAMENTO

Os cães policiais precisam de 18 meses de treinamento para estarem aptos ao serviço policial. Há os que são treinados especialmente para a busca e faro de entorpecentes. Neste caso, o treinamento começa quando o animal ainda é filhote.

Após o período de serviço à Polícia Militar, que dura entre seis e oito anos, o cão fica disponível para adoção. Geralmente o policial condutor do cão, que trabalhou com ele por último nas operações, adota o animal. (Com informações da AEN)

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