A Polícia Civil apreendeu, na manhã desta quarta-feira (25), quase 200 motos e carcaças de motocicletas em um ferro-velho localizado na avenida Dez de Dezembro, área central de Londrina. A operação foi desencadeada pela delegacia de Arapongas (Região Metropolitana de Londrina), que há meses investiga motos adulteradas que estão circulando na cidade e teriam relação com o estabelecimento londrinense, entre outros comércios do próprio município.

De acordo com o delegado Maurício de Oliveira Camargo, as motos recolhidas passaram por perícia do Instituto de Criminalística. “Após a conclusão da perícia estamos fazendo a remoção dessas motos, que são objeto de investigação”, pontuou. “Para não acontecer nada e perdermos a materialidade do crime, fizemos a apreensão. São motos com chassi adulterado, número do motor adulterado, alerta de furto e roubo”, acrescentou.

O empresário Wilson Ramos, proprietário do ferro-velho, refutou as suspeitas. “Compro apenas de leilão. A Criminalística periciou as motos e em todas meu advogado apresentou nota fiscal, nada está irregular. O leilão vendeu adulterado para mim, porque não posso usar o bloco numerado, mas posso aproveitar o que vem dentro do motor e estão achando que isso é adulteração. Nas próprias notas vêm escrito adulterado”, argumentou.

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PRISÃO RECENTE

O dono do estabelecimento foi preso junto com o filho em março deste ano no âmbito da mesma apuração. Na época, a Polícia Civil cumpriu mandados no ferro-velho e na casa deles, sendo apreendidos mais de R$ 180 mil e uma arma que não teria registro, além de motos com indícios de adulteração. Pai e filho conseguiram a liberdade dois dias depois e nesta quarta não foram detidos.

“Apreenderam dinheiro em casa que tenho declarado pela Receita Federal, pago meus impostos, porque tenho várias empresas, como uma balada, e retiramos dinheiro de lá e de uma fábrica de gelo”, justificou.

‘CORTINA DE FUMAÇA’

Para o delegado, os leilões, muitas vezes, “escondem uma cortina de fumaça sobre a verdadeira origem das motocicletas irregulares”. “Alertamos as pessoas de boa-fé para que fiquem atentas de onde estão comprando as motos e peças. Um estabelecimento como esse (de Londrina) precisa ser fechado, porque não adianta fazer uma ação e permitir que o comércio continue”, sustentou.

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