Pets também sentem mudanças climáticas
Animais idosos são os que mais sofrem com o frio; recomendação é ficar de olho no comportamento do animal e buscar ajuda do veterinário quando necessário
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 22 de junho de 2021
Animais idosos são os que mais sofrem com o frio; recomendação é ficar de olho no comportamento do animal e buscar ajuda do veterinário quando necessário
Lívia Marra - Folhapress
São Paulo - O inverno começou nesta segunda-feira (21) e, como acontece com os humanos, pets também sentem as mudanças climáticas e precisam de cuidados especiais. Nesta época, o ar mais seco pode provocar problemas respiratórios. Com o frio, animais mais velhos podem sentir desconforto nas articulações.
Segundo o CRMV-SP (Conselho Regional de Medicina Veterinária de SP), animais idosos são os que mais sofrem. Isso porque, com o passar dos anos, há diminuição da massa muscular, e a camada de gordura fica um pouco menor -o que dificulta a manutenção da temperatura corporal. Além disso, os velhinhos têm artrite, artrose, problemas de coluna e podem sentir dores intensas com a queda de temperatura.
Mas, independentemente da idade, a imunidade cai com o frio, e o tutor deve checar se as vacinas estão em dia e ficar atento a gripes e pneumopatias.
Cães de focinho curto -os braquicefálicos, como pug, pequinês, buldogue inglês, buldogue francês e lhasa apso- podem ter um desconforto respiratório maior nessas épocas mais frias, diz o médico-veterinário Eduardo Pacheco, da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV. Entre os felinos, os da raça persa têm mais predisposição a desenvolver alterações respiratórias.
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A recomendação é ficar de olho no comportamento do animal e buscar ajuda do veterinário quando necessário. Dificuldade de locomoção, tremores e falta de apetite são sintomas de que algo não está bem. "Principalmente em relação a doenças respiratórias, podemos perceber espirros, tosse, com ou sem secreção, descarga nasal, dificuldade respiratória, estando atrelada a uma pneumopatia um pouco mais severa, um início de pneumonia. Muitas vezes o tutor confunde esse sinal de tosse com engasgo", diz.
BANHO
Banhos devem ser evitados nos dias mais frios, segundo a veterinária Rosangela Ribeiro Gebara, da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV. Mas cada animal tem uma necessidade. Se for inevitável, a orientação é usar água morna e secar muito bem o pelo.
Não expor o animal ao vento também é fundamental para manter sua saúde. "Os animais sofrem com a queda de temperatura assim como nós. Eles têm que ter uma casinha, uma caminha e uma proteção do piso."
ROUPA E TOSA
Pets devem, sim, usar roupinhas no frio. Mas Pacheco faz ressalvas, como não manter o pet com a roupa o tempo todo e pentear os pelos regularmente. Além disso, deve ser confortável, não limitar os movimentos do animal e estar sempre higienizada. A proteção é importante, especialmente, para cães de pelo curto. Animais de pelo longo podem sofrer com nós.
O veterinário lembra que os pelos têm função de regular a temperatura do corpo e, por isso, não deve ser tosado completamente, ao menos nesta época. "Se for tosado, ele perderá um pouco dessa barreira de proteção e isso facilitará com que tenha trocas bruscas de temperatura e sofra com o frio", diz.
PRINCIPAIS CUIDADOS
Confira os principais cuidados no inverno, segundo o Conselho:
- A vacina da gripe deve estar sempre em dia
- Aumente a alimentação entre 10% e 20% do que ele normalmente come nas outras épocas do ano, por conta do gasto energético que necessita para manter a temperatura do corpo
- Utilize um nebulizador no local onde o animal dorme, para ajudar a manter as vias aéreas mais hidratadas
- Evite passeios nas horas mais frias e de ventania
- Agasalhe o animal
- Mantenha a temperatura interna da casa controlada
- Evite a automedicação, pois pode representar risco de vida para cães e gatos
- Ao menor sinal, procure o atendimento clínico veterinário, para evitar um tratamento mais dificultoso e oneroso
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