.
. | Foto: Lais Taine - Grupo Folha

Os usuários do transporte coletivo de Cambé (Região Metropolitana de Londrina) também foram pegos de surpresa com a paralisação desta sexta-feira (22). Com o Terminal Central vazio, passageiros reclamam de não terem sido avisados com antecedência.

LEIA MAIS:

Funcionários do transporte coletivo fazem paralisação em Londrina e na região

Entradas no Terminal Central de Londrina estão bloqueadas

“Eu tinha médico às 8 horas, no Hospital das Clinicas, em Londrina. Já estou atrasada”, inicia Maria Serrat, 61. A passageira mora em área rural, a oito quilômetros do Terminal, e o marido parou o trabalho no campo para levá-la até o Terminal. “Aí chego aqui e descubro que não tem ônibus para continuar, acho uma falta de respeito”, argumenta.

.
. | Foto: Lais Taine - Grupo Folha

Serrat tem uma degeneração no olho e depende de uma medicação específica, aplicada uma vez ao mês, na clínica onde tinha consulta marcada. “Se eu perder minha consulta, vou perder minha injeção, meu tratamento”, reclama.

A passageira se uniu a outros usuários de ônibus para buscar soluções em conjunto. Enquanto alguns ligavam para familiares e amigos pedindo carona, outros tentavam encontrar interessados em compartilhar uma corrida pelo aplicativo, com intuito de minimizar o valor da passagem.

“Bem cedinho, o valor da corrida estava em R$ 70, um absurdo. Eu vi que um pessoal chegou a pagar R$ 40, mas em dias normais o valor da corrida gira em torno de R$ 25”, conta Elaine Estevan, 47. A cabeleireira pega ônibus todos os dias no local para o trabalho no Centro de Londrina. Dessa vez, ela pediu ajuda do irmão para conseguir uma carona.

.
. | Foto: Lais Taine - Grupo Folha

Apesar de vazio, quem chegou desavisado no Terminal Central acabou se unindo para desabafar sobre a falta de qualidade no serviço. Redução de frota em algumas linhas, veículos com defeitos, lotação, as queixas são diversas e algumas acompanhadas de fotos e vídeos. “Olha como chovia dentro do ônibus”, mostra uma das passageiras.

Entre os desabafos, a causa dos trabalhadores é defendida. “Eles têm que lutar pelos direitos deles, estão certos”, defende um. “Errada está a empresa”, acrescenta outro. Sobre a responsabilidade do município no transporte público, o assunto se estende e vai para outras áreas tão essenciais quanto o direito de ir e vir.

O dirigente sindical, Claudemir Moreira, também funcionário da empresa TIL, afirmou que todos os trabalhadores do setor paralisaram as atividades em Cambé. "Estamos reivindicando nosso vale que era para cair hoje, dia 22. A partir do momento em que a empresa der um parecer, nós consultarmos a conta e cair o dinheiro, nós vamos trabalhar normal. Só estamos reivindicando o nosso vale. O vale [adiantamento] da TIL é 50% do salário", reforçou.

Imagem ilustrativa da imagem Passageiros de Cambé são pegos de surpresa com paralisação
| Foto: Lais Taine - Grupo Folha

(Matéria atualizada às 10h10)