Dezenas de policiais civis cumpriram nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (6), de forma simultânea, 14 mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária. A operação Pax Romana visa elucidar crimes de homicídio e tráfico de drogas e desarticular organizações criminosas que atuam dentro e fora do sistema prisional na cidade, responsáveis pelo chamado tribunal do crime.

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O ponto de partida para a investigação foi o assassinato de Ronet Moreira da Silva, de 31 anos, em abril de 2020, no conjunto União da Vitória, que teria furtado droga de um ponto de tráfico. “O dono (do ponto) pediu essa morte. Mas o indivíduo ( Ronet) que morreu tem um irmão suspeito de ligação com uma facção criminosa e ele cobrou a execução. Houve uma reunião do tribunal do crime, que decidiu pela morte do atirador (Bruno Evangelista)”, explicou o delegado João Reis, titular da delegacia de Homicídios.

Entre os alvos dos mandados de prisão está um homem que já estava detido desde o final do ano passado por tráfico de drogas, e agora vai responder por homicídio. Ele é suspeito de determinar a execução de abril de 2020. Outro detido é irmão do atirador deste mesmo crime. Em uma casa os policiais apreenderam mais de R$ 20 mil, que a moradora não soube explicar a origem, e um celular, que ela tentou quebrar. “A operação é para reunir provas contra o tribunal do crime”, destacou.

Na residência de outro alvo de busca e apreensão – conhecido como Betinho Capeta – os investigadores não encontraram nada. “Ele é suspeito de participar do tribunal do crime. Sabemos que tem armas e coletes, mas no residencial em que vive oprime os moradores, que são obrigados a esconder drogas e armas, por isso, não conseguimos localizar. Não é possível pedir mandado coletivo e contamos com as denúncias”, afirmou. Este homem será investigado e interrogado como um dos suspeitos de mandar matar Bruno Evangelista.

O delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, que acompanhou os trabalhos, ressaltou que os homicídios costumam estar ligados a outros crimes, como o tráfico de drogas, furtos e roubos. “A intenção da Delegacia de Homicídios é entender essa dinâmica do crime, que acende um alerta na unidade para prevenir no futuro. São crimes ligados ao tráfico, seja por domínio territorial de uma facção tentando invadir o espaço da outra ou cobrança de dívidas”, comentou Amarantino Ribeiro.

VIOLÊNCIA

Nos dois últimos fins de semana, foram registrados seis homicídios em Londrina. “Toda a vez que acontece um aumento no número de assassinatos é dever da equipe tentar compreender o que está acontecendo e prever futuros confrontos para manter as taxas de homicídios em números razoáveis”, avaliou o delegado-chefe.

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