Uma filhote de onça-parda, de aproximadamente oito meses meses, submetida a um tratamento com células-tronco em Londrina, foi encaminhada nesta quinta-feira (14), ao Zoológico de Curitiba, onde viverá.

Imagem ilustrativa da imagem Onça tratada com células-tronco em Londrina vai morar no Zoo de Curitiba
| Foto: Divulgação - Unifil

O animal passou por quatro meses de tratamento no Cafs (Centro de Atendimento à Fauna Silvestre), no Hospital Universitário Veterinário da UniFil. A FOLHA abordou o assunto em uma reportagem publicada em agosto. De acordo com a chefe do setor de Fauna do IAT (Instituto de Água e Terra), a bióloga Paula Vidolin, a preferência é que os animais silvestres resgatados retornem à natureza, mas essa onça, em especial, precisa de cuidados maiores. “A onça passou um tratamento inovador com células-tronco, apresenta uma grande melhora, mas ainda tem sintomas físicos como sequelas, e por isso a soltura dela na natureza não é indicada”, afirmou.

​O animal foi encontrado às margens da PR-151, próximo a Ribeirão Claro (Norte Pioneiro), e encaminhado ao Cafs pelo Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde (BPAmb) para atendimento médico-veterinário. A suspeita é que a onça tenha sido atropelada. A instituição se tornou oficialmente um centro parceiro do IAT em julho deste ano.

No Zoológico da Capital ela receberá todo o acompanhamento que precisa para que esse quadro evolua. “A filhote ficará de quarentena em um recinto para se adaptar à alimentação e mostrar seu comportamento. Vamos fazer também alguns exames para que ela possa ir ao espaço de visitação pública quando estiver apta”, disse a chefe do Zoológico de Curitiba, Ana Silvia Passerino.

ESTADO GRAVE

A onça chegou ao Cafs aparentemente com quatro meses de vida e em estado grave, com sinais neurológicos afetados. “Após o tratamento, apresentou melhoras, mas ainda mostra uma incoordenação motora, tremores de cabeça e pequenos sinais de origem neurológica”, afirmou a médica-veterinária coordenadora do hospital, Mariana Cosenza.

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| Foto: Divulgação - Unifil

De acordo com ela, uma tomografia indicou a necessidade de tratamento com células-tronco, vindas de um laboratório de São Paulo, cultivadas no Centro de Tecnologia Celular Animal. Hoje, ela se alimenta e anda sozinha, mas não possui condições de retorno à natureza, por não conseguir caçar.

“Devido à suspeita de atropelamento, o primeiro diagnóstico foi de traumatismo craniano, mas as sequelas apresentadas também podem ter sido ocasionadas por doenças infecciosas. Diante disso, o animal foi submetido a diversos exames, que apontaram resultados negativos”, explicou a veterinária.

O tratamento com células-tronco teve o objetivo de melhorar os sinais clínicos que ela ainda apresentava, como incoordenação e tremor de cabeça. Foram aplicadas 10 milhões de células-tronco (0,4ml) por injeção peridural, com o animal sob anestesia geral e monitoramento anestésico. O procedimento foi rápido, em torno de meia hora e o resultado foi positivo, com melhoras em sinais clínicos.

ACIDENTES EM ESTRADAS

Na mesma rodovia em que a onça-parda foi encontrada, foi registrado um acidente com tamanduá-bandeira neste ano, o que indica a passagem de animais silvestres na região. “Reforçamos o pedido da população para que, caso se depare com um animal vitimado na beira da estrada, acione os órgãos competentes, como a concessionária responsável pela via”, destacou a bióloga do IAT, Paula Vidolin.

No caso de estrada não ser pedagiada, é possível acionar a Polícia Ambiental ou um Escritório Regional do IAT mais próximo. (Com informações da AEN)

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