A superlotação nos leitos e o avanço da Covid-19 em Londrina motivaram o Ministério Público a abrir um procedimento administrativo para acompanhar como está sendo feita a higienização e quais as medidas adotadas para diminuir a aglomeração nos ônibus. A Promotoria de Defesa do Consumidor cobrou informações por meio de ofícios da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), a TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) e a Londrisul, empresas responsáveis pelo transporte coletivo.

Imagem ilustrativa da imagem MP faz nova cobrança por higienização e medidas contra aglomeração nos ônibus
| Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

Segundo o promotor Miguel Sogaiar, as reclamações dos usuários aumentaram bastante nas últimas semanas. "Eles dizem que há muita aglomeração nos veículos, que, segundo as reivindicações que recebemos, não estariam sendo higienizados da forma correta. Diante disso, instaurei o processo para saber o que tem sido feito pelos envolvidos. Vou aguardar essas respostas para definir as próximas diligências. O objetivo é que essas precauções sejam reforçadas para evitar a propagação do vírus", salientou.

O MP fez três perguntas à companhia e as empresas: qual a capacidade em porcentagens que as linhas estão atuando, como está sendo feita a fiscalização no transporte coletivo e como está sendo feita a higienização, tendo em vista a grande quantidade de reclamações dos passageiros. As manifestações devem ser enviadas em até duas semanas, prazo que começou a contar a partir da última terça-feira (23).

Em maio do ano passado, uma reportagem da FOLHA mostrando a insatisfação dos usuários provocou o mesmo promotor, por meio de uma recomendação administrativa, a solicitar informações sobre como era feita a desinfecção. "Na época, fomos informados que o serviço estava sendo bem executado, mas as reclamações voltaram a aparecer", comentou Sogaiar.

Procurada, a CMTU argumentou em nota que "recebeu o ofício encaminhado pela Promotoria de Justiça da Comarca de Londrina, especializada no defesa dos direitos do idoso e consumidor, e vai respondê-lo o quanto antes. O prazo oficial para essa resposta é de 15 dias. A companhia, em ação conjunta com as empresas que operam o serviço, desde o início da pandemia não mede esforços, inclusive cumprindo as medidas de segurança e higienização necessárias, para dar segurança aos usuários do transporte coletivo".

A Londrisul explicou que "vem cumprindo rigorosamente todas as orientações das autoridades de saúde com a finalidade de trazer segurança aos passageiros em relação ao risco de transmissão do coronavírus no transporte coletivo.

Dentre as medidas implementadas estão o acompanhamento diário de fiscais sobre o fluxo de passageiros das linhas operadas, assim como de despachantes e apontadores nos trajetos das linhas e nos terminais urbanos para evitar aglomerações dentro dos ônibus e plataformas; implantação de dispensers de álcool gel dentro dos ônibus; realização de constante higienização nos coletivos nas garagens e nos terminais com produtos especializados para eliminação de vírus; e auxilio ao órgão gestor (CMTU) na fiscalização e entrega de máscaras para usuários que não estejam fazendo uso da proteção nos terminais e nos ônibus da empesa".

De acordo com a TCGL, "os ônibus são higienizados diariamente na garagem antes de saírem para rua e existe um reforço nos terminais. Os dispensers são abastecidos pelo órgão gestor".