Sem parte do transporte coletivo, Terminal Central de Londrina amanhece com poucos usuários

O Terminal Central de Londrina amanheceu bem mais calmo que o normal nesta sexta-feira (23). Logo na entrada, os usuários do transporte coletivo são avisados pelos funcionários de que as linhas comandadas pela empresa TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) estão paralisadas. O fluxo segue normal para as linhas geridas pela LondriSul.

Camila Maria Rodrigues, 23, mora em Cambé e chegou na entrada do Terminal Central de Londrina com o aviso do funcionário de que as linhas que ela utiliza para ir ao trabalho, na avenida Saul Elkind, região Norte, não estão em atividade. "Eu vi mesmo que estava diferente, aqui de manhã é cheio de gente subindo e hoje está muito tranquilo. Pelo lado de fora, olhei a parte interna do terminal e me perguntei: 'cadê os ônibus?'", comenta.

A promotora de vendas utiliza a linha 406 - Aquiles Stenghel todos os dias, às 8h53, para chegar antes das 10 horas no trabalho. Ela ficou do lado de fora do Terminal Central, tentando entrar em contato com a supervisora para saber como proceder diante da situação.

A promotora chegou a avaliar o valor do serviço dos motoristas de aplicativo, aproximadamente R$ 10 para onde precisava ir. "Não está tão caro, mas ainda é o dobro do valor que eu pagaria para ir até o trabalho, não posso arcar com esse custo. Vou aguardar a resposta da empresa em que eu trabalho para saber o que posso fazer", menciona.

Para Edson Costa, 55, o valor do transporte via aplicativos está bem acima do que ele poderia pagar: R$ 35. O aposentado pegou carona com o filho, do conjunto Chefe Newton Guimarães (Norte) até a 17ª Regional de Saúde, no Centro de Londrina, para buscar seus medicamentos. No retorno, descobriu que não teria como utilizar o transporte coletivo no Terminal Central.

"Eu pego a linha 501 - Vivi Xavier e quando fui entrar, o funcionário avisou que os ônibus do pavimento inferior não estão funcionando", mencionou. Costa não está acostumado com tecnologia, mas abordou um dos motoristas que chegou até o local para o desembarque de passageiros.

O motorista tentou ajudar, baixando o aplicativo de usuários em seu celular para fazer o pedido do veículo, mas ao informar o valor, o aposentado desistiu. "Não posso pagar por isso", lamenta. E voltou a falar com o funcionário para saber se havia estimativa de retorno das atividades dos ônibus, mas ainda sem resposta.

“O preço está variando bastante hoje. Vai de acordo com a demanda. Sexta-feira já costuma ser um dia bom para as corridas. Quando surge esse tipo de situação então, com o valor dinâmico fica ainda melhor. São 8 horas e já fiz oito corridas. Geralmente, faço cinco até esse horário”, comenta outro motorista que preferiu não se identificar.

Aparecida Ricardo Bitto, 69, pegou carona com a irmã no conjunto Parigot de Souza II (Norte) até o Terminal Central, quando foi surpreendida pela paralisação dos funcionários. “Eu preciso ir até a zona Sul, o moço informou que a minha linha está funcionando, mas já estou pensando em como vou fazer voltar”, comenta.

Nenhum dos passageiros abordados reclamaram da paralisação, mas sentiram a falta do serviço. A passageira disse que não ficou sabendo da paralisação e que vai tentar pedir para o marido buscá-la na volta. “Não sou contra a paralisação, mas se eu soubesse antes, não teria vindo ou teria me organizado melhor”, afirma.

Os usuários do transporte coletivo de Londrina podem verificar quais são as linhas que estão paralisadas por meio do site da TCGL e quais estão em funcionamento, pelo site da Londrisul.