Na terça-feira (9), a secretaria municipal de Saúde de Londrina anunciou que investiga 12 casos suspeitos da varíola do macaco na cidade, também conhecida como Monkeypox. Todos estão sendo monitorados e, segundo o secretário da pasta, Felippe Machado, aguardam os resultados do exame em isolamento domiciliar.

Entre os suspeitos, sete são homens e cinco mulheres, com idade entre 14 e 65 anos. Machado chama a atenção para o fato de que, dos 12 suspeitos, nove não têm histórico de viagem.

“Ontem, o Ministério da Saúde declarou emergência máxima, por conta da transmissão comunitária. Sendo assim, não é mais necessário que pacientes tenham visitado outro país com maior incidência de casos da doença para que sejam classificados como suspeitos. Basta a pessoa apresentar o surgimento de lesões repentinas pelo corpo que podem ou não estar associadas a algum outro sintoma”, afirma o secretário.

SINTOMAS

Os principais sintomas envolvem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfadenopatia (aumento do tamanho dos gânglios linfáticos, localizados no pescoço, na axila e na virilha), calafrios e fadiga.

"Não podemos afirmar que há uma transmissão comunitária em Londrina porque não há nenhum caso positivo até o momento", afirma o secretário. "A prefeitura reuniu toda sua equipe assistencial, em especial os coordenadores das unidades, para que a gente pudesse reforçar as orientações, fazer uma atualização do protocolo de manejo e de identificação dos casos suspeitos, além de preparar os serviços de saúde para uma eventual chegada desses pacientes",. acrescentou.

"A preocupação é que é uma doença transmissível e o número de pessoas contaminadas está aumentando em todo o mundo e não tem medidas de contenção nesse momento, que seriam medicamentos e vacina”, diz o secretário

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NECESSIDADE DE ISOLAMENTO

Desde o final de junho, Londrina registrou 14 casos suspeitos. O primeiro caso teve como resultado de exame inconclusivo. “Outro foi descartado e dos 12 suspeitos agora, um se recusou a coletar exame”. As coletas ocorreram na semana passada, sendo o mais recente na data de ontem.

De acordo com Machado, os pacientes com sinais da doença procuraram tanto o serviço público de saúde quanto clínicas e consultórios privados. “Essa pessoa que se recusou a fazer o exame foi orientada em relação à necessidade do isolamento até que as lesões características dos casos da suspeita de varíola de macaco desaparecessem. Os demais (exames) foram encaminhados Curitiba, ao Laboratório Central do Estado, responsável por todo esse gerenciamento do envio dessas amostras para São Paulo. Os processamentos dos exames são feitos exclusivamente em São Paulo, no Instituto Adolfo Lutz”, detalha.

Os casos suspeitos estão sendo monitorados em casa e até o momento, nenhum necessitou de internamento. A princípio, a secretaria de Saúde não confirmou relação entre os pacientes, mas adianta que os contatos desses suspeitos também estão sendo monitorados.

ATENTO AOS SINAIS

O secretário de saúde de Londrina pede para que a população fique atenta ao surgimento abrupto de lesões pelo corpo e busquem de imediato uma unidade de saúde para que um profissional possa fazer a avaliação e conduta correta do caso.

“São várias as formas de contágio. As pessoas podem ter contato de pele a pele, contato prolongado de tecido de roupa e contato íntimo, que são as formas ainda mais usuais e comuns de contágio da doença no momento”, diz.

SESA

No último boletim divulgado pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) no dia 3 de agosto, o Paraná tinha 36 casos confirmados de Monkeypox, sendo 35 em Curitiba e uma em Maringá (Noroeste). A maioria é do sexo masculino, entre 20 e 49 anos.

No Brasil, já são 2.415 casos confirmados da doença e uma morte. Considerando os 93 países onde há confirmação do Monkeypox, o número de registros chega a 32.040 e sete óbitos.

ZOONOSE VIRAL

De acordo com o Instituto Butantan, “a varíola dos macacos (monkeypox) é considerada uma zoonose viral (vírus transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola humana, embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde)”.

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