Ana Letícia nasceu em abril do ano passado: gestação sem intercorrências
Ana Letícia nasceu em abril do ano passado: gestação sem intercorrências | Foto: Arquivo pessoal

Há mais de um ano, a procuradora jurídica concursada da Prefeitura de Itabira (MG), Norma Maria de Oliveira, viu sua vida ser transformada e, segundo ela, para melhor. Aos 64 anos, deu à luz Ana Letícia, mostrando que sonhos não envelhecem. A gravidez ocorreu por meio de fertilização in vitro, em 2017, com o óvulo de uma doadora anônima e o material genético do companheiro, na época com 45 anos.

Poucas semanas depois da primeira tentativa veio a notícia: o procedimento havia dado certo. Oliveira contou que a gestação evoluiu sem maiores complicações, com a filha vindo ao mundo em abril de 2018. A bolsa rompeu aos oito meses de gestação. A bebê precisou ficar 15 dias no hospital para ganhar peso, recebendo alta com muita saúde, que continua até hoje, para alegria da mãe.

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Moradora do município de João Monlevade, a quase 36 quilômetros de Itabira, ela orgulha-se de conseguir conciliar todos os afazeres e vivenciar a fase mãe. “Todos os dias vou para outra cidade trabalhar, porém, estou conseguindo dar conta de tudo: serviço, casa, criança. Não tenho empregada. A Ana fica uma parte do dia na escola e a outra com a babá. Estou com 65 anos e minha filha não atrapalhou em nada minha vida pessoal ou profissional”, destacou.

Desde os 34 anos a procuradora alimentava o desejo de ser mãe. Chegou a ir para Índia, em 2015, tentar fertilização, porém, não havia voo para a cidade onde deveria fazer o tratamento, que acabou sendo realizado no Brasil anos depois. “A médica falou que meu útero era de uma mulher de 30 anos e que fui a melhor paciente”, brinca. O companheiro trabalha em outra localidade, no entanto, a distância não tem sido empecilho para participar do dia a dia da criança. “Ele registrou e está presente como pode, já que trabalha em outra cidade.”

icon-aspas “O maior preconceito que senti foi das mulheres, achando que uma mulher mais velha não tem direito de ser mãe"
Norma Oliveira -

Para evitar a preocupação de familiares, optou por só relevar sobre a gravidez no fim. “A barriga não apareceu muito, sempre usei roupa mais larga”, citou. Mesmo com toda a relevância e beleza que este momento envolve, Oliveira contou que sofreu preconceito por ser mãe em idade incomum antes e depois do parto. “O maior preconceito que senti foi das mulheres, achando que uma mulher mais velha não tem direito de ser mãe, que engravidei por interesse, porque meu companheiro é engenheiro. Superei tudo”, disse.

Sem se preocupar com o fato de ter uma expectativa de convivência com a filha menor do que a maioria das mães, a procuradora quer continuar se dedicando a Ana Letícia com muito amor. “Espero viver bastante e com saúde, estou me cuidando para isso, para conseguir educá-la”, projeta.