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. | Foto: Gina Mardones/Grupo Folha

Logo nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (14), manifestantes bloquearam as saídas da garagem da TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina), na região central da cidade. A ação faz parte do protesto contra a Reforma da Previdência, em tramitação na Câmara dos Deputados. A greve geral foi anunciada por sindicatos, estudantes e membros de movimentos sociais.

Na noite de quinta-feira (13), Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Londrina e Região) afirmou que não deve realizar "piquetes" para impedir a circulação dos ônibus durante o movimento de greve geral, que ocorre em todo o País, mas a direção da categoria declarou que não tinha controle sobre outros movimentos sociais e apoiou a "paralisação espontânea" dos trabalhadores rodoviários.

“A pauta principal é contra a reforma da previdência. Essa reforma fará muito mal aos trabalhadores, não queremos isso”, disse Pedro da Silva, integrante do acampamento MST Quilombo dos Palmares, que estava no bloqueio da garagem. No momento, a orientação dos líderes do protesto é que os manifestantes permaneçam no local. A TCGL é responsável por 85% dos serviços do transporte coletivo na cidade. Já a Londrisul tem 15% das linhas e os ônibus da empresa circulam normalmente.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina: manifestantes bloqueiam saída de ônibus da garagem da TCGL
| Foto: Gina Mardones/Grupo Folha

No Vivi Xavier, a diarista Adelaide Jesus Camilo Silva e a zeladora Franciele Campos do santos Reis já estavam atrasadas para o serviço. Elas, que trabalham no centro, teriam que bater o ponto às 7h30. “Liguei para minha sogra, para meu marido me buscar”, conta Reis.

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Enquanto isso, negociações acontecem com a direção da TCGL para a abertura dos portões. Motoristas e cobradores estimam que apenas 30 ônibus da TCGL estão circulando. São linhas do chamado "Corujão", que trafegam pela madrugada. Cerca de 300 veículos estariam impedidos de trafegarem pela ruas da cidade.

No Terminal Urbano, circulam apenas os itinerários da Londrisul, responsável pelos trajetos da zona sul e área rural da cidade.

O Sinttrol tentou derrubar no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) a decisão de primeiro grau da TCGL que determinava a livre circulação dos ônibus durante a greve geral desta sexta-feira. Em nota, o sindicato informou que, "a exemplo do que fizemos na paralisação de 2017, com a instauração de um dissídio coletivo preventivo de greve, o mesmo foi feito agora em relação ao protesto nacional (greve geral) contra a “reforma trabalhista, que ocorrerá nesta sexta.

Na outra greve de 2017, nós conseguimos uma decisão favorável do Tribunal (TRT), inclusive com autorização para pararmos 100% da frota, desde que fosse até o meio-dia, entretanto, para esta greve de agora, nós não tivemos o mesmo resultado na Justiça do Trabalho.

O Sinttrol foi notificado sobre decisões proibitivas, que impedem a nossa presença em piquetes e proíbe a obstrução das entradas e saídas dos ônibus, bem como outras atitudes que impeçam ou dificultem a livre circulação nas vias públicas, sob pena de multa de R$ 200.000,00. Essas decisões judiciais impedem somente a Diretoria do Sinttrol e o trabalhador do transporte coletivo, como se todos podem menos nós!"