Imagem ilustrativa da imagem Mães querem liberação de entrada de crianças menores de cinco anos em estabelecimentos
| Foto: Arquivo FOLHA

A autorização concedida pelo prefeito Marcelo Belinati (PP) da entrada de crianças maiores de cinco anos em shoppings soou negativamente entre mães que possuem filhos abaixo dessa faixa etária. Insatisfeitas, elas criaram um perfil no Instagram, o @maesemacao2020, e têm subido as hastags em suas contas pessoais para dar publicidade ao tema. Até agora, cerca de 55 pessoas aderiram ao movimento na rede social e outras 100 já participam de um grupo no WhatsApp.

Criadora da mobilização virtual, Nábila Raquel Ferreira Dourado contou que o envolvimento dos pais de uma forma geral tem crescido a cada dia. Segundo ela, há uma incoerência do poder público ao liberar a presença das crianças acima de cinco anos e manter a restrição para quem é mais novo. "A Constituição garante o direito de ir e vir, e isso visa o benefício público. Quando é necessário uma ação coletiva, como aconteceu na pandemia, todos nós tivemos que ficar por um certo tempo em casa. Porém, quando há uma segregação, isso não é correto. O próprio ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) assegura a liberdade ao lazer, à educação, direitos que estão sendo privados", argumentou.

Com dois filhos pequenos, Nábila disse que a rotina das mães tem bastante prejudicada com o novo decreto. "É um transtorno danado quando vamos no banco, na lotérica, no supermercado. Temos que acionar a tia, a avó para cuidar dos nossos filhos. Fora isso, eles estão desenvolvendo distúrbios psicológicos porque não interagem mais socialmente. Como vai ser sem escola? Como vai sem poder ir à igreja? Precisamos nos juntar para que isso mude. Não está certo", comentou.

A organizadora salientou que o movimento é apartidário. "Chegamos a pensar em um protesto, mas até o momento estamos discutindo só pela internet. Queremos conversar com o prefeito. Gostaria de entender qual foi a base científica para essa decisão. Não é uma estratégia correta. O emocional das crianças está muito abalado". A FOLHA pediu uma resposta do Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina e aguarda o retorno.