Após três meses de investigação, a Polícia Civil concluiu nesta quinta-feira (14) o inquérito da morte de Thiago Vinicius, de dois anos. O garoto foi encontrado no ribeirão Três Bocas no dia 16 de junho, após seis dias de buscas, ao desaparecer no Parque Municipal Daisaku Ikeda, na região sul de Londrina. A mãe do garoto e o namorado dela foram indiciados por homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar.

“Entendemos que a mãe foi negligente, porque foi num local que conhecia, sabia que durante a noite é extremamente escuro. Então, teve a conduta de levar a criança e negligenciou os cuidados. O namorado dela foi imprudente, porque levou a namorada e o filho dela para um lugar que conhecia e que também sabia que era escuro. Existe um desnível entre a grama onde a criança estava e o ribeirão”, explicou o delegado de Homicídios, João Reis.

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A pena para este tipo de crime é de um a três anos de prisão e por ser criança pode acontecer o aumento de até um terço. “No caso da mãe, o juiz pode entender que o sofrimento já é o suficiente como punição e pode deixar de aplicar a pena contra ela”, comentou. “Vamos encaminhar o inquérito para o Ministério Público. Se o MP realmente entender que é culposo, direciona para uma vara criminal comum, já que Tribunal do Júri só julga crimes dolosos contra a vida”, acrescentou.

CAUSA DA MORTE

Os laudos sobre a causa da morte da criança foram inconclusivos. No entanto, o delegado afirmou que este resultado não atrapalhou a investigação. “Desde que a apuração começou tudo indicava que a criança havia caído no riacho e morrido afogada. Na posição em que estavam no parque tinham três opções: ou cairia diretamente no rio e não ficaria com lesões - como ela não ficou -, ou cairia pelo lado esquerda e iria na margem, na terra, ou no outro lado, cairia nas pedras e teria fratura.”

O relato do casal, que disse em depoimento que foi até o parque no início da noite e só percebeu que o garoto não estava no carro no caminho de volta para casa, foi confirmado, segundo a polícia. “O que não conseguiram explicar é como a criança saiu do carro. É um veículo pequeno, duas portas, tinha cadeirinha. Por isso, entendo que foi um homicídio culposo. Passamos luminol e não foram encontrados resquícios de sangue”, frisou. “No lado oposto do parque têm dois pontos de luz. Acreditamos que acriança, naquela escuridão, foi em direção à luz e acabou caindo no ribeirão”, afirmou.

DEFESA

A defesa do casal informa que tomou conhecimento acerca da conclusão do inquérito e respeita a decisão do delegado no indiciamento pela suposta prática do crime de homicídio culposo. "Aguardamos a denúncia por parte do Ministério Público e intimação do casal para responder ao processo. A defesa espera e confia no perdão judicial, previsto no artigo 121, § 5° do Código Penal, para ambos indiciados, tendo em vista que a dor pela morte da criança irá se perpetuar pelo resto da vida do casal", informou o advogado Clarison Lemos.

(Atualizada às 16h15)

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