O que sobrou para o porteiro Adilson Ferreira da Silva, 56, foi apenas o papel comprovando o agendamento da segunda dose da vacina contra a Covid-19. A aplicação, no entanto, não aconteceu. Morador da zona leste de Londrina, ele foi até o Centro de Imunização da Zona Norte no final de setembro para completar o esquema vacinal com a Pfizer. No entanto, ao chegar ao lugar, foi surpreendido com a informação de que constava no sistema que ele já estava imunizado.

Homem tinha agendado vacina para o final de setembro
Homem tinha agendado vacina para o final de setembro | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

“Fomos eu e minha esposa. Ela tomou e eu não consegui. No sistema apareceu que eu tinha tomado em Arapongas (Região Metropolitana de Londrina), mas não estive lá. Usaram meu nome e CPF e tomaram essa vacina. Fui na data marcada, no entanto, deu tudo errado. Gastei dinheiro com aplicativo, empresa liberou mais cedo. Fui contente, mas cheguei lá e foi essa decepção”, desabafou.

Segundo Silva, ele assinou um termo garantindo que não havia sido vacinado com a segunda dose. Ao procurar novamente a Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, teria sido informado de que não poderia ser imunizado. Diante da falta de solução, ele registrou um boletim de ocorrência nesta sexta-feira (8) na delegacia.

O morador foi ouvido pelo delegado de Estelionatos, que deverá encaminhar os documentos e o relato à Polícia Civil de Arapongas para abertura de inquérito. “A Secretaria de Saúde tem que pecar pela ação e não pela omissão. O nosso medo é que ao encaminhar para Arapongas, quanto tempo pode demorar esse inquérito para tramitar e chegar numa conclusão? Essa vítima vai passar quanto tempo sem essa segunda dose?”, questionou Edgard Soriani.

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Com problemas de saúde, como pressão alta, Silva também diz estar preocupado com o serviço, já que existe o pedido para que os funcionários busquem a imunização completa. “Fiquei muito chateado. Ando correto, faço de tudo para cuidar da saúde e, de repente, vou tomar vacina e descubro que alguém tomou minha dose. Corri atrás, batalhei, e ouvi que não teriam o que fazer. Se quem é da área da saúde não tem o que fazer, imagina eu”, lamentou.

RESPOSTAS

Por meio de nota encaminhada pelo Núcleo de Comunicação, a Secretaria de Saúde de Londrina disse que “o sistema de agendamento da cidade é seguro e eficaz, pois apontou o caso no dia 24 de setembro, quando o referido CPF foi identificado no banco de dados do Ministério da Saúde com a informação de duas doses já aplicadas”.

O texto também destacou que a pasta já oficiou a Secretaria de Saúde de Arapongas, em 29 de setembro, para saber mais informações sobre a aplicação da vacina registrada no CPF de Adilson Silva e que não recebeu retorno. “O secretário Felippe Machado informou que está cobrando a resposta de Arapongas para elucidar o motivo da divergência no sistema nacional, solucioná-la e prosseguir com a liberação de agendamento em Londrina para o senhor Adilson Ferreira.”

Já a assessoria de imprensa da Prefeitura de Arapongas apontou que se trata de um caso de homônimos, sendo que possivelmente houve um lançamento equivocado no nome de Adilson Ferreira de Souza de Londrina, enquanto que quem tomou foi Adilson Ferreira de Souza de Arapongas. “O RG e o CPF de ambos não batem. A prefeitura busca a confirmação desses fatos para corrigir o lançamento.”

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