A quinta-feira (5) foi dia de contabilizar prejuízos e promover reparos e limpeza após o vendaval do final da tarde de quarta-feira (4), que causou estragos em todas as regiões de Londrina. Na rua Alagoas, área central, uma árvore de grande porte foi arrancada na raiz pela força dos ventos – que passaram dos 100 quilômetros por hora, segundo o Simepar ( Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná). Os galhos ficaram pendurados na fiação e o trânsito precisou ser interditado, com os veículos sendo desviados pela contramão para a rua Anita Garibaldi.

Funcionários de uma terceirizada da prefeitura fizeram o corte dos troncos para desobstruir a via na manhã desta quinta. “Ficamos sem energia das 17h até 2h30 da madrugada. Quase que a árvore caiu em frente ao portão do prédio. Como a rua ficou bloqueada, os moradores tiveram que vir pela Alagoas na contramão para chegar no estacionamento”, relatou o gerente aposentado Vicente Alves. “O vento foi tão forte que achei até que ia levar o prédio”, destacou. Na quarta, cerca de sete mil imóveis ficaram sem energia.

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Durante a ventania, que levantou uma nuvem de poeira sobre a cidade, pelo menos quatro árvores caíram em cima de carros. Ninguém se feriu. A comerciante Dulce Valéria dos Anjos deixou o carro estacionado na rua Hugo Cabral (centro) para pegar mercadorias e quando voltou encontrou o veículo, que não tem seguro, embaixo dos galhos da árvore. “Foi um vento rápido, mas assustador. O mais importante é estar viva, porque poderia ter acontecido isso no momento em que estivesse entrando no carro, por exemplo.”

No Calçadão, árvore que caiu retirada pela prefeitura na manhã desta quinta
No Calçadão, árvore que caiu retirada pela prefeitura na manhã desta quinta | Foto: Pedro Marconi

No Calçadão, no trecho entre a avenida Rio de Janeiro e rua Minas Gerais, a árvore que caiu foi retirada nesta quinta. No conjunto João Paz, na zona norte, uma idosa de 67 anos foi atingida por uma árvore. Ela ficou presa nos galhos e precisou ser resgatada pelos Bombeiros. Após o atendimento do Siate e da equipe médica do Samu foi encaminhada para o hospital com uma fratura de fêmur.

POSTE NA RUA

Postes também foram ao chão como consequência dos fortes ventos. Na rua Santa Filomena, no Pindorama, zona leste, a estrutura ficou atravessada no meio da via, impedindo a circulação de veículos e pedestres. “Como tinha o risco de estar energizado, preferi dar a volta para levar meu neto na escola nesta quinta”, relatou o autônomo Antônio Barbosa. A Copel apareceu para fazer o conserto por volta das 10h.

Poste ficou mais de 12 horas atravessado em rua na zona leste
Poste ficou mais de 12 horas atravessado em rua na zona leste | Foto: Pedro Marconi

ATENDIMENTOS

Ao todo, a Defesa Civil atendeu cerca de 50 chamados, entre queda de árvores e destelhamentos. "Conforme as pessoas vão assimilando, vão nos ligando e passando as informações para a Defesa Civil. Com essas informações montamos uma estratégia de atendimento, ainda na tarde de quinta, acionando os órgãos parceiros para auxiliar na desobstrução de vias e locais com rede elétrica derrubada e energizada, além de locais prioritários, como hospital", pontuou o secretário municipal de Defesa Social, Pedro Ramos. Houve registro de queda de pelo menos 43 árvores.

ALERTA

Agrometeorologista do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), Heverly Moraes explicou que o vendaval foi provocado por um choque térmico, com a entrada de uma frente fria. “Estava muito quente, 37 graus, e essas frentes frias chegam com temperatura mais baixa”, detalhou. Durante a noite e a madrugada choveu aproximadamente 34 milímetros.

A previsão é de que o tempo instável continue nos próximos dias. “A temperatura já está subindo novamente. Com exceção de domingo, que teremos chuva mais constante, nos outros dias existe possibilidade de chuvas rápidas, como foi na quarta. Na primavera tem que ficar alerta, porque sempre há risco (de temporal e vendaval). É um fenômeno difícil de prever, porque se forma muito rápido e pode ser localizado”, ressaltou.

REGIÃO

Os ventos e a chuva também geraram transtornos em outras cidades da região Norte. Em Rolândia, o abastecimento de água foi prejudicado e a expectativa da Sanepar é que a normalização ocorra no período da noite, já que os níveis dos reservatórios estão em recuperação.

Em Apucarana, cerca de 33 mil consumidores ficaram sem acesso à energia elétrica na quarta, número que foi reduzido para quatro mil imóveis nesta quinta-feira.

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