O projeto-piloto do Ministério da Saúde para instalação de salas de apoio à amamentação em UBS (Unidades Básicas de Saúde) será implantado em Jacarezinho (Norte Pioneiro). A informação foi confirmada nesta terça-feira (30) em uma reunião entre governo federal, Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho e o município.

O projeto visa apoiar mães que trabalham fora, especialmente no mercado informal, e que não dispõe de um espaço reservado para amamentação. A medida garante um local apropriado e seguro para retirar e armazenar o leite, além de acompanhamento e apoio médico.

A iniciativa de criação das salas em UBS foi anunciada pelo Ministério da Saúde em julho do ano passado e abrange cinco estados: Paraná, Pará, Paraíba, Distrito Federal e São Paulo. Na primeira fase do projeto, apenas um município de cada estado será contemplado. Futuramente, a expectativa é que os novos projetos de construções de UBS já incluam esse espaço, e outras cidades possam aderir.

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BOAS EXPERIÊNCIAS DE ALEITAMENTO MATERNO

“A escolha dos estados foi baseada em locais com boas experiências de aleitamento materno e o Paraná foi um deles porque, além da existência do Comitê de Aleitamento Materno, também possui ações muito bem estruturadas para incentivo e realização dessa importante ação”, afirmou a assessora técnica da Coordenação de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente do Ministério da Saúde, e referência técnica no Paraná nas ações de aleitamento materno, Renara Guedes Araújo.

“Jacarezinho se colocou à disposição para dar início a esse projeto tão importante em nosso Estado e conseguimos pactuar isso no Comitê Estadual de Aleitamento Materno. Agora, o governo federal fará os encaminhamentos necessários e a expectativa é que essa sala seja implantada até março deste ano”, complementou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

VIDAS SALVAS

A recomendação do Ministério da Saúde é que as crianças sejam amamentadas pelo menos até os dois anos, e exclusivamente com leite materno até o sexto mês de vida. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) e Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), cerca de seis milhões de vidas são salvas todos os anos devido ao aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de vida.

Estima-se que o aleitamento materno seja capaz de diminuir em até 13% a morte de crianças menores de cinco anos em todo o mundo por doenças preveníveis. Nenhuma outra ação, de maneira isolada, alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças nessa faixa etária.

No Paraná, o Governo do Estado inaugurou a primeira sala de apoio à amamentação dentro do Poder Executivo para servidoras lactantes no Palácio Iguaçu em dezembro do ano passado e pretende chegar a 40 espaços distribuídos em órgãos estaduais até 2026.

MÉDIA DE 16 MESES

O Brasil vem evoluindo nas taxas de amamentação ao longo das décadas, mas ainda está abaixo do recomendado. A prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses no país foi de 45,8%, segundo o Enani (Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil) publicado em 2021. Representa um avanço relevante em cerca de três décadas – pois o percentual era de 3% em 1986. Na década de 1970, as crianças brasileiras eram amamentadas, em média, por dois meses e meio. Agora, a duração média é de 16 meses, o equivalente a 1 ano e quatro meses de vida.

A meta estabelecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é que, até 2025, pelo menos 50% das crianças de até seis meses de vida sejam amamentadas exclusivamente. E a expectativa é que esse índice, até 2030, chegue a 70%.

(Com informações da Agência Estadual de Notícias e do Ministério da Saúde)