A 17ª Regional de Saúde optou em suspender temporariamente as cirurgias eletivas que estavam agendadas para o Hospital da Zona Norte (HZN) por causa do grave quadro de dengue em Londrina. O último boletim da Secretaria Municipal de Saúde mostrou que a cidade tem 1.663 casos confirmados. Além disso, as suspeitas não param de crescer. O cancelamento dos procedimentos que estavam previstos para o HZN é um exemplo das conversas entre governo estadual e município, que têm discutido maneiras mais eficientes para atender os pacientes que estão contraindo a doença.

Imagem ilustrativa da imagem Hospital da Zona Norte suspende cirurgias eletivas para atender pessoas com dengue
| Foto: Arquivo FOLHA

Segundo a diretora da 17ª Regional, Lúcia Lopes, duas mil pessoas com sintomas da dengue têm procurado os serviços de saúde em Londrina por semana. "Esse número acaba se somando às demandas que já temos de outras especialidades, o que sobrecarrega e muito o sistema. Todos os hospitais estão assim, e precisamos fazer escolhas. No HZN, suspendemos integralmente as cirurgias que não são urgentes e transferimos os servidores do centro cirúrgico para a enfermaria, onde estamos acomodando quem tem suspeita de ter sido picado pelo mosquito transmissor. Amenizou um pouco, mas a situação ainda é complicada", ressaltou.

No Hospital da Zona Sul (HZS), as intervenções eletivas foram reduzidas em 30%. "Cancelamos as que estavam programadas em uma sala, o que permitiu que pudéssemos abrir mais leitos na clínica cirúrgica e outros espaços para os pacientes com dengue ou suspeita fossem recebidos. Quando os primeiros sintomas começam a aparecer, a orientação é que os postos de saúde e as UPAs sejam os primeiros a serem acionados pela população. Temos tentado manter os hospitais para aqueles que precisam de uma observação melhor por causa dos sinais de agravamento", disse a diretora.

A dengue também alterou a rotina dos hospitais de alta complexidade. O Hospital Universitário (HU) virou ponto de encaminhamento para os pacientes mais graves da doença. Quem estava internado em decorrência de outras complicações foi transferido para a Santa Casa ou o Evangélico. "As urgências estão sendo atendidas normalmente", assegurou Lúcia Lopes.

NOTIFICAÇÕES

Além das 1.663 confirmações, a Secretaria de Saúde de Londrina acumula mais de 7 mil notificações desde o início de janeiro. Para comportar a demanda que só cresce, os horários de algumas unidades básicas foram estendidos, como a da Vila Casoni.