A recepção do curso de Biomedicina da UEL (Universidade Estadual de Londrina) aos alunos ingressantes, no mês de agosto (início do ano letivo de 2022), resultou em um novo cenário para o corredor que dá acesso às salas de aula e laboratórios do Departamento de Morfologia, no CCB (Centro de Ciência Biológicas).

A parede branca, com algumas pichações, deu lugar ao colorido do grafite e elementos da histologia básica e especial. Um trabalho que contou com a colaboração de estudantes, professores, diretoria do Centro e Prefeitura do Campus.

Imagem ilustrativa da imagem Grafite e histologia representados em muro no campus da UEL
| Foto: Arquivo Pessoal/ Pedro Takata

O estudante do 2º ano de Biomedicina, Pedro Henrique Takata, conta que, além da arrecadação de R$ 1 mil (quantia doada à Sociedade São Vicente de Paulo), surgiu a ideia de pintar a parede como parte do trote solidário. “É um corredor que fica entre a cantina e as salas de aula e, por isso, tem um bom fluxo de pessoas passando diariamente por aqui. A sugestão dada pelo professor Fábio Andrade foi tão boa que começamos a amadurecê-la”, diz.

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| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

Nesse tempo, os veteranos do curso se depararam com o perfil no Instagram do estudante Luis Eduardo Alexandre Gonzaga de Landreia, conhecido como “Gonza”. “Vimos os trabalhos com grafite e o convidamos a fazer a intervenção”, conta. Para a compra dos materiais, os alunos se mobilizaram mais uma vez e conseguiram arrecadar R$ 600.

Gonza é aluno ingressante na UEL, no curso de Biomedicina, e pratica desenho livre desde a infância . Já com relação ao grafite, ele passou a ter contato este ano, através das oficinas promovidas pelo projeto “Caminhos do Graffiti”, que coloriu os viadutos da avenida Dez de Dezembro, em uma ação conjunta entre a Secretaria Municipal de Cultura, Associação Londrinense de Circo e o coletivo CapStyle.

“Foi um trabalho muito desafiador para mim, com quatro dias de pintura, em horários livres, mas também foi uma oportunidade de dar visibilidade ao curso e me aproximar também de outros alunos e dos professores”, conta Gonza, sobre a arte na parede da universidade.

Para o veterano Takata, o painel traz o significado de união. “Em todas as etapas houve um trabalho coletivo. Todos abraçaram a causa e a gente vê hoje o pessoal passando por aqui, tirando fotos, elogiando”, diz.

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| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

PAINEL DE ELEMENTOS

A criação da arte contou com a ajuda do professor de Histologia, Osny Ferrari. Ele explica que a histologia é a ciência que estuda os tecidos e que buscou como inspiração para o painel elementos como “a estrutura do DNA, passando para a célula e o paramécio, que é um protozoário que todos conhecem. Montei também uma parte com tecidos, contemplando a anatomia com a figura de um crânio, além do o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, envolvendo a parte da parasitologia e em destaque, o desenho de uma menina no microscópio, que é nosso principal instrumento”, detalha.

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Para o professor, outros espaços na UEL poderiam ganhar intervenções como esta do CCB, envolvendo a comunidade interna. “Acho que a ação agradou a todo. Alguns professores de outros cursos já me procuraram interessados em colorir algumas paredes da Universidade”, diz Gonza.

NEAB

Em 2017, um estudante do curso de Artes Visuais pintou um retrato no CCH (Centro de Ciências Humanas), atrás da sede do Neab (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros) para a reflexão sobre o papel e a representação do negro na sociedade.

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| Foto: Divulgação/Agência UEL

Dois anos depois, outras intervenções artísticas mudaram o cenário dos centros acadêmicos do CCH, em homenagem ao Dia da Consciência Negra. Vale lembrar que qualquer intervenção artística nas áreas internas da UEL deve ser previamente comunicada aos colegiados, coordenadores de departamentos e Prefeitura do Campus.

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| Foto: Divulgação/Agência UEL

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