Nesta segunda-feira (23), a secretaria municipal de Saúde vai dar início à aplicação do fumacê pelos bairros de Londrina. A medida é uma ferramenta complementar no combate ao Aedes aegypti para frear o avanço da dengue na cidade.

Os números da doença na cidade, desde o início deste ano, apontam 6.153 notificações, com 868 casos confirmados, 2.064 aguardando resultados de exames e duas mortes: um senhor de 85 anos, na região norte e uma senhora de 86, que vivia na região leste.

Ao todo, três veículos do Governo do Estado irão percorrer as ruas da zona norte, começando pelos bairros João Paz, Quadra Norte, Catuaí, Primavera e Luiz de Sá I e II. Também serão atendidos, a partir das 17h30 de hoje, alguns bairros da zona leste como Ernani Moura Lima, Antares, Cervejaria, Gralha Azul, São Vicente Palotti e Armindo Guazzi.

Imagem ilustrativa da imagem Fumacê contra a dengue começa a percorrer as ruas de Londrina
| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

“Cada caminhonete tem a capacidade de atender uma média de 150 quarteirões a cada ciclo. Ao todo, nesta primeira etapa serão realizados cinco ciclos, com intervalos de cinco dias em cada região. À medida que for necessário, vamos solicitar a ampliação do fumacê ao Governo do Estado para atender outras regiões", afirma o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.

As aplicações ocorrerão sempre no período da manhã, das 5h às 8h30 e no final da tarde, das 17h30 às 20h. Os horários são recomendados pelo Ministério da Saúde e a atividade depende das condições climáticas. Esta primeira etapa do fumacê inclui os bairros Guilherme Pires, José Bonifácil, Abussafe I e II, Alexandre Urbanas, Laranjeiras, Ilha Bela, Interlagos, Santa Terezinha, Morumbi, Espanha e Pindorama, na região Leste.

Já na região norte são os bairros Aquiles Stenghel, Assis, Semiramis I e II, Violim I e II, Sebastião de Melo, Maria Cecília I e II, Campos Verdes, Itapoá, Belém, Heimtal, Marieta, Athenas, Portal do Sol, Vivi Xavier, Gávea e Verona. O inseticida utilizado é o Cielo, cuja quantidade expelida pelos equipamentos é calculada para atingir somente o mosquito e causar menor impacto possível no meio ambiente.

“Pedimos para que a população abra as portas e janelas quando o veículo do fumacê estiver de passagem, e que cubram recipientes de água e comida dos animais, assim como as gaiolas de pássaros”, diz. No segundo LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti) de 2022, Londrina apresentou um índice de infestação vetorial predial de 7,8%, percentual considerado de risco. O satisfatório é abaixo de 1 e o de alerta entre 1 e 3,9. O levantamento foi realizado no período de 4 a 8 de abril, em 9.924 imóveis.

MUTIRÃO DE LIMPEZA

A região em que os agentes encontraram mais focos do mosquito Aedes aegypti foi a norte (10,24%), seguida da zona sul (7,92%), oeste e centro (6,86%) e leste (4,80%). Além do fumacê, a secretaria municipal de Saúde está realizando mutirões em parceria com a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) nas localidades com maior incidência vetorial e utilização de armadilhas. No último sábado (21), as equipes realizaram o terceiro mutirão, no Conjunto Farid Libos, na região norte.

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| Foto: Vivian Honorato/N.com

“Os mutirões têm surtido efeito bastante positivo, porque 97% dos focos estão dentro das residências ou quintais, em locais como pratos de vasos de plantas, nos ralos de banheiros, atrás da geladeira e nos bebedouros de animais”, destaca Machado. A programação do próximo mutirão será divulgada ainda nesta semana pela secretaria de Saúde.

As ações de combate à dengue em Londrina também envolvem orientações junto aos acumuladores, em parceria com a secretaria de Assistência Social, além de reuniões com líderes comunitários e uso das “ovitrampas” (armadilhas para que as fêmeas depositem os ovos).

SINTOMAS

Os sintomas da dengue incluem febre, dores de cabeça e no resto do corpo, cansaço e mal-estar. A dengue não apresenta sintomas respiratórios como coriza (nariz escorrendo), obstrução nasal (nariz entupido) ou tosse. O paciente deve evitar a banalização de casos febris e logo que iniciem os sintomas, procurar o serviço médico.

O diagnóstico é realizado através da avaliação médica, sendo baseada em exame clínico do paciente e vínculo epidemiológico. Poderão ser realizados exames complementares, como por exemplo, o hemograma, para identificar a gravidade da doença e realizar o estadiamento da dengue.

DISQUE-DENGUE

A Secretaria de Saúde disponibiliza o Disque Dengue, por meio do número gratuito 0800-400-1893, para que a população possa fazer denúncias de imóveis ou áreas suspeitas de terem focos do mosquito Aedes aegypti, como terrenos baldios ou ambientes que possam facilitar a proliferação do vetor.

As denúncias podem ser feitas de segunda a sexta, das 8 às 17 horas. Também é possível denunciar por meio do endereço eletrônico https://sisvas.londrina.pr.gov.br/index.php/denuncias, a qualquer hora.

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| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

CASOS NA REGIÃO

O último informe epidemiológico da dengue, divulgado em 17 de maio pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), confirmou 12.440 novos casos, um aumento de 28,43% em relação aos números da semana anterior. Ao todo, já são mais de 56 mil confirmações da doença desde agosto de 2021, em 328 municípios paranaenses. Deste total, 286 apresentaram casos autóctones, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência dos pacientes.

A doença também causou a morte de 21 pessoas em todo o Paraná. De acordo com o boletim, foram nove óbitos no período de uma semana. As vítimas residiam em Matinhos, Cafelândia, Cascavel, Terra Boa, Loanda, Nova Londrina, Maringá, Toledo e Telêmaco Borba.

Somente na 17ª RS (Regional de Saúde), que envolve Londrina e outros 21 municípios, até o dia 17 de maio foram confirmados 1.090 casos de dengue, com um total de 18.050 notificações. (Com informações da Sesa)

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