Imagem ilustrativa da imagem Fogo atinge mata do Marco Zero de Londrina
| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

Um incêndio foi registrado na mata do Marco Zero, na zona leste de Londrina, nas primeiras horas desta segunda-feira (9). O fogo atingiu parte da mata, nos fundos da rua Santa Margarida, na Vila Fraternidade.

Nelson Chagas mora próximo ao espaço e conta que as chamas subiram rápido. "Era muita fumaça, mas os bombeiros vieram em dois caminhões e controlaram. É a primeira vez que vejo fogo neste lugar", conta ele, que se mudou para o bairro há pouco mais de um ano.

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| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

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Já quem mora no bairro há décadas se diz acostumado com as queimadas. "Já vi essa mata pegar fogo quase que inteirinha. Praticamente de cinco em cinco anos isso acontece, sempre em época de tempo seco. Já os pequenos focos de incêndio são frequentes", afirma Márcio Eduardo, que vive em frente ao Marco Zero.

Para evitar novas chamas, ele e o jardineiro Elvis Prado utilizaram mangueira e baldes de água em alguns trechos. "Tem muito galho seco por aqui e logo depois que os bombeiros foram embora tinha alguns pontos que pareciam querer pegar fogo novamente. Resolvemos jogar um pouco de água para garantir. Moramos aqui em frente e precisamos cuidar", diz.

O local é diariamente frequentado por usuários de drogas e pessoas em situação de rua, de acordo com os vizinhos. Parte das grades instaladas ao redor da mata foram destruídas e há bastante entulho acumulado. A assessoria de comunicação da Prefeitura de Londrina informou que o Marco Zero "é uma área particular e que ainda não está em posse do município. O processo de regularização ainda está tramitando na Prefeitura".

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| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

AUMENTO DE OCORRÊNCIAS

Para controlar as chamas no Marco Zero, os Bombeiros utilizaram cerca de 10 mil litros de água. O sargento Sérgio Pereira de Brito, do 3°GB de Londrina, comenta que nesta época do ano há um aumento de mais de 50% das ocorrências de incêndios ambientais. “Nem se compara a outros períodos, pois o clima já é seco e recentemente tivemos episódios de geadas, que deixam o solo mais seco, contribuindo para que o fogo se alastre rapidamente”.

Os dados da corporação mostram que de janeiro deste ano até a manhã desta segunda-feira (9) já foram registrados 231 incêndios em vegetação somente em Londrina. No sábado (7), por volta das 13h, o fogo avançou por um terreno vazio na rua Luiz Lerco, no jardim Terra Bonita, na zona sul. “Trata-se de um terreno com acúmulo de vegetação seca e havia veículos estacionados no entorno da área, mas não houve feridos”, afirma. Para conter as chamas, foram necessários 12 mil litros de água.

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| Foto: Divulgação/Vanessa Peixoto

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A professora Vanessa Peixoto Oliveira de Souza estava em casa na hora do incêndio. Ela mora em frente ao terreno atingido pelo fogo. “Foi assustador, pois neste local ficam muitos carros estacionados e os donos não sabiam o que estava acontecendo. O mato estava muito seco e o fogo se alastrou com muita rapidez. A água acabou e os bombeiros foram buscar mais. Ficaram apenas dois deles, um impedindo que o fogo chegasse no carro e o outro protegendo uma casa próxima do local do incêndio”, conta.

TEMPO SECO

O sargento Brito destaca que atear fogo em área urbana é crime ambiental. O artigo 41 da Lei nº 9.605, de 1998, prevê pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa, para quem provocar incêndio em mata ou floresta. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.

“A população tem que se conscientizar que a equipe que vai combater o incêndio ambiental é a mesma que atende acidentes graves de trânsito, fogos em residências e outros socorros. Tem pessoas que têm o costume de queimar lixo e isso é proibido. Além de trazer danos ao meio ambiente, a fumaça é prejudicial à saúde”, reforça.

POUCA CHUVA

A meteorologista do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), Lídia Mota, explica que o inverno é um período de clima seco, com poucas chuvas. Com isso, as taxas de umidade relativa do ar tendem a ficar baixas, podendo trazer prejuízos à população.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda um nível mínimo de 60% de umidade relativa no ar para o conforto e saúde da população. “Entre hoje e amanhã, as taxas ficam em torno de 30% ou abaixo disso, no período da tarde. De quarta a sexta, os valores melhoram um pouco, mas no sábado (14), a umidade relativa do ar volta a baixar”, cita.

Em relação às chuvas, a meteorologista diz que até o começo da semana que vem pode haver algumas variações no tempo ao longo do dia, com certa nebulosidade. Em Londrina, o tempo nublado está previsto para quarta (11). “Algumas regiões no norte do Estado podem ter um pouco de chuva, consideradas fracas. Quanto às temperaturas, as máximas devem se manter na casa dos 20 graus”, afirma.

(matéria atualizadas às 13h)

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