A partir desta quinta-feira (27), equipes da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), Polícia Militar e Guarda Municipal darão início a um trabalho de fiscalização integrado nas ruas Paranaguá e Santos, região central de Londrina. Com a proibição do estacionamento sobre as ciclofaixas nestas duas vias, os condutores que não obedecerem à regra serão notificados. A penalidade configura em infração grave, gerando cinco pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 195,23.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (26), o major Celso Ramos, diretor de Trânsito da CMTU, explicou que neste primeiro momento a operação terá caráter educativo, “com a intenção de orientar os usuários que estavam acostumados a parar em cima da ciclofaixa. Esse trabalho começou com uma ampla divulgação na imprensa na semana passada e agora estamos concluindo a sinalização. A partir de segunda-feira (31) não haverá mais orientação e as providências necessárias serão tomadas”, afirma.

Ainda de acordo com Ramos, nos primeiros dias de fiscalização, caso o veículo esteja estacionado sobre a pista para ciclistas e o proprietário não seja identificado, “a CMTU terá que tomar as providências de autuação e remoção do veículo”. Em relação ao trabalho integrado, o diretor de Trânsito esclareceu que “a PM é constantemente chamada para trabalhar nestes locais, assim como a GM. Optamos por esse trabalho em conjunto para trazer maior segurança aos munícipes. Acredito na educação do povo de Londrina. Sabendo que há uma proibição naquele local, irão obedecer”, afirma.

Para o major Élio Boing, subcomandante do 5º BPM de Londrina, o trabalho integrado de fiscalização vem ao encontro das ações que a PM, em conjunto com a GM, vem constantemente realizando da região das ruas Paranaguá e Santos. “Somos muito demandados para aquela região, principalmente por ser de ‘vida noturna’ e temos também o problema dos moradores por conta do barulho que são produzidos por pessoas que frequentam esses locais. Estamos sempre atuando para que essa situação seja equacionada e para que as pessoas que querem frequentar os comércios tenham tranquilidade para estarem ali, sem incomodar o descanso das pessoas que residem naquela região”, diz.

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ESTACIONAMENTO PARA MORADORES

Anteriormente, a permanência de veículos nas ciclofaixas das ruas Paranaguá e Santos era liberada de segunda a sexta-feira, das 19h às 7h, e aos fins de semana, a partir das 14h de sábado. Com a proibição, não será permitido estacionar nestes espaços em nenhum horário. O pedido de proibição partiu do Grupo de Moradores da Rua Paranaguá e Entorno e foi aprovado pela CMTU.

A permissão para estacionar nas ciclofaixas em determinados horários tinha como principal motivo atender aos moradores. No entanto, Ramos explica que estudos realizados pela CMTU indicaram que o estacionamento nestes espaços não estava sendo utilizado pelos mesmos. “Com base nisso, no Plano de Mobilidade da cidade e com a orientação do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina) de que devemos tratar isonomicamente aquelas vias, decidimos pela interdição completa de estacionamento, liberando para os ciclistas”, diz.

Imagem ilustrativa da imagem Fiscalização em ciclofaixas na Paranaguá e Santos começa nesta quinta
| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

Uma moradora da rua Santos diz que “o mais importante é garantir a segurança dos ciclistas. No outro lado da rua não vai mudar nada e todos poderão estacionar. Sinceramente, não acha que essa mudança irá atrapalhar ninguém”, comenta Jóia Torresan.

O comerciante Leandro Kikuchi possui vagas de estacionamento na frente de seu estabelecimento e comenta que não será afetado pela mudança. “Não sei se minha opinião seria diferente caso eu não tivesse vagas, mas o meu entendimento em geral é que se a faixa foi pensada para os ciclistas, não faz sentido estacionar sobre ela”, afirma.

ABAIXO-ASSINADO

A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) em Londrina coletou 756 assinaturas contra a decisão da CMTU. O presidente da Associação, Henrico Tamiozzo, explica que o abaixo-assinado já foi protocolado junto à CMTU e que a entidade tem a expectativa de se reunir com a direção da Companhia nos próximos dias, buscando uma reanálise da decisão.

“Essa medida está prejudicando tanto os bares e restaurantes, quanto o comércio todo da região. Além disso, os moradores irão receber visitas e elas não terão onde parar. Estamos conversando com todos e até agora nenhum ciclista veio reclamar sobre a maneira como estava funcionando anteriormente”, comenta.

No documento protocolado no início deste mês, a Abrasel ressalta que “desde a realização das referidas ciclofaixas nos trechos das Ruas Paranaguá e Santos, foi determinada a possibilidade de se utilizar para estacionar veículos, visando exatamente o interesse coletivo, do desenvolvimento constante dos comércios ali presentes, e maior conforto aos moradores que conseguem ter liberdade de estacionamento em horários de menor fluxo desta via pública. Por este motivo, observando que o Despacho Administrativo nº 2966/2022 pode ser revogado a qualquer momento, requer-se a sua revisão, a fim de que seja reconhecido o prejuízo que a medida causará à população local e, ainda, à economia do município, visto que afeta negativamente os moradores que ali residem, bem como, todos os estabelecimentos comerciais da região.”

De acordo com o diretor de Trânsito da CMTU, "tempos atrás foi dada a oportunidade para que os donos de estabelecimentos pudessem se manifestar. O estabelecimento comercial, quando ele vai ser implantado, o proprietário tem que formatá-lo pensando em todas as dificuldades e precisar criar condições adequadas para quem irá frequentar seu comércio. O que está acontecendo nesta região é que o pessoal abre um estabelecimento em uma área que também é residencial e quer jogar para o poder público a necessidade dele. Cada caso é um caso e deverá ser avaliado individualmente. Temos que ver o que de fato está acontecendo, mas essa demanda deverá ser individual”, diz.

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