Empresários em Londrina discutem melhorias para a av. Duque de Caxias

A reunião do Núcleo Nossa Duque, composto por entidades e empresários interessados em discutir propostas para a valorização da avenida Duque de Caxias, terminou com uma caminhada pela via, na manhã desta quinta-feira (11). O Núcleo surgiu há cerca de um ano e integra o Programa Empreender, da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina).

Atualmente, o grupo é composto por 25 pessoas, entre comerciantes e representantes da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Acil, Sesc, Senac, Sincoval (Sindicato do Comércio Varejista de Londrina), Sebrae e vereadores. “Essa avenida, que é tão importante em nossa cidade, não vem recebendo investimentos e muitas portas estão fechadas, especialmente no trecho entre a Leste-Oeste até a JK. Queremos tornar a Duque mais atrativa comercialmente”, diz o gestor do Núcleo Nossa Duque, Carlos Euzébio.

Para isso, os empresários destacam no debate a questão da faixa exclusiva para ônibus e o estacionamento na avenida, alvo de constantes discussões. Segundo Euzébio, proprietário de uma loja de ferramentas, uma das reinvindicações seria a ampliação do horário permitido para estacionar na via, que hoje é das 9h às 16h.

“Se conseguíssemos aumentar para até às 17h, já ajudaria muito. Outra questão é a faixa exclusiva para ônibus. Na nossa visão, ela deveria ser exclusiva apenas em horários de pico. Queremos duas pistas da avenida funcionando para o fluxo de veículos”, afirma. As propostas serão discutidas com o prefeito Marcelo Belinati, em reunião marcada para o próximo dia 19. Outra pauta desse encontro será a duplicação da avenida, que tem gerado um descontentamento entre os comerciantes, conforme noticiado pela FOLHA no mês de setembro.

A moderadora do Núcleo, Silvana Oliveira, destaca que por conta do projeto de duplicação, muitos empresários não estão mais investindo na avenida. “Queremos extinguir o projeto de lei, melhorar a atratividade da rua para trazer mais público e comerciantes. Para isso, precisamos também de investimentos, como em iluminação, por exemplo”, diz.

Com uma loja de eletrodomésticos há mais de 45 anos na avenida, Milton Vizoni, ressalta que o comércio da Duque de Caxias é diferenciado e tradicional. “É o chamado comércio pesado, com a venda de materiais pesados como ferramentas, utilitário para a população em geral. Então, essa região precisa de melhorias, maior tempo de estacionamento e mais segurança. Fechamos em cima da hora e vamos embora correndo porque a rua mudou de dono”, desabafa, citando que a presença de moradores de rua traz muita insegurança.

PRESERVAÇÃO PATRIMONIAL

A professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UEL, Eloisa Rodrigues, integra o Núcleo Nossa Duque trabalhando para que os imóveis históricos da Duque de Caxias sejam preservados, dentro de um roteiro histórico-cultural de Londrina. Com patrocínio do Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) e a colaboração de estudantes do curso, um inventário arquitetônico da avenida Duque de Caxias está perto de ser concluído e encaminhado à Diretoria de Patrimônio Histórico para ser incluído na listagem de preservação patrimonial da Prefeitura de Londrina.

Com isso, alguns imóveis seriam contemplados por um plano de conservação das fachadas. “Precisamos de uma garantia de que vai haver um cuidado com essa parte de Londrina, que tem uma importância histórica imensa. Por isso entendemos que, com o projeto de duplicação, parte dessa história iria abaixo. Temos até hoje, imóveis intactos, construídos em 1936. No encontro das avenidas Duque de Caxias e Celso Garcia Cid, por exemplo, surgiu a primeira esquina comercial da cidade”, diz. O roteiro histórico-cultural deverá ser lançado e divulgado no final deste mês. “Ele servirá de base até para visitas guiadas de estudantes”, afirma.

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