Moradores de Jataizinho (Região Metropolitana de Londrina) procuraram a Câmara Municipal para reclamar da falta de profissionais da prefeitura que deveriam acompanhar os pacientes que são transferidos para outras cidades, principalmente Ibiporã e Londrina. O deslocamento acontece em casos mais graves, nos quais a presença de médicos ou enfermeiros é indispensável. Na maioria das situações, funcionários do Hospital São Camilo, o único do município e que pode fechar as portas no final desta semana, fazem esse acompanhamento.

Na maioria das situações, funcionários do Hospital São Camilo, o único do município e que pode fechar as portas no final desta semana, fazem esse acompanhamento
Na maioria das situações, funcionários do Hospital São Camilo, o único do município e que pode fechar as portas no final desta semana, fazem esse acompanhamento | Foto: Divulgação/Hospital São Camilo

O que muita gente não sabe é que este tipo de suporte é determinado por lei em Jataizinho. Promulgada em 2018 pelo então presidente do Legislativo, Maurício Martielho, a legislação cita que a administração municipal deve manter "permanentemente uma ambulância de primeiros socorros". Mas a insatisfação da comunidade é por conta do descumprimento do que é previsto no artigo 3 da determinação. O poder público deverá oferecer "uma equipe de paramédicos e um condutor habilitados para conduzir veículo de emergência".

As reclamações motivaram a vereadora Vânia Patrícia dos Santos (Cidadania) a indicar o cumprimento da lei por parte do prefeito Vilsinho Quirino (PDT). A cidade possui duas ambulâncias. "A falta de um especialista para acompanhar quem está passando mal e precisa ser transferido é mais evidente durante a noite. A pessoa vai ao hospital, que disponibiliza o próprio colaborador para o transporte. Já teve oportunidade em que só foram o motorista e algum familiar do paciente. Imagina se no trajeto ele piora e não tem ninguém para socorrer?", questionou a parlamentar.

A população pode inclusive ficar sem este acompanhamento especial, isso porque o São Camilo deve encerrar as atividades na sexta-feira (30) depois de 45 anos de funcionamento. A decisão ainda não foi tomada, mas a direção da unidade, que é particular, mas tem 99% dos atendimentos feitos por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), alega dificuldades financeiras. Procurada pela FOLHA, a diretora administrativa do hospital, Rosália Sato, disse que nem sabia da existência da legislação.

"Quando cedo meu funcionário, fico desfalcada. Melhorou bastante depois da vinda do Samu, mas quando é paciente grave, temos que acompanhar. A Secretaria de Saúde diz que essa responsabilidade não é obrigação dos servidores dos postos (Jataizinho tem três). A ambulância não é nossa, é da prefeitura. Tem que ter alguém junto sempre. Vai só o coitado do motorista? E quando é um cadeirante? Como faz?", perguntou.

Vilsinho Quirino foi acionado pela reportagem, mas a assessoria de imprensa informou que ele só se manifestaria depois de retornar de uma viagem a Curitiba, o que deve ocorrer até o final da semana.

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