A UEL (Universidade Estadual de Londrina) recebe, a cada edição do vestibular, muitos estudantes de estados vizinhos, principalmente de São Paulo. Embora em menor número, a instituição atrai moradores de outras regiões do Brasil. Na última edição, cujo resultado foi divulgado no dia 5 de julho, entre os 2289 convocados, há 31 estudantes de estados do Centro-Oeste e Nordeste, entre outros. Conheça a história de dois futuros calouros do Piauí e da Bahia, que chegaram ao final do percurso depois de muitos imprevistos e dificuldades, contornados por grandes doses de empenho e dedicação.

Imagem ilustrativa da imagem Do Nordeste para a UEL: conheça a história de aprovados no vestibular
| Foto: Arquivo Pessoal
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2.800 QUILÔMETROS

Foi por esse caminho de incertezas, porém de recompensas, que trilhou a ingressante do curso de odontologia
Ayala Thaís Ribeiro Lopes. A jovem de 23 anos, moradora de Teresina (PI), começou a cursar artes visuais na Universidade Federal do Piauí, mas, antes de concluir o curso, decidiu, numa reviravolta enorme, estudar odontologia a 2.800 quilômetros de distância, no Norte do Paraná.

“No começo, ninguém entendeu nada. Eu já trabalhava com cultura, como tatuadora também, e um dia não quis mais”, comenta a estudante. A preparação para voltar aos estudos em um cursinho se deu ainda antes da pandemia. Com o início do isolamento social, prosseguiu sozinha nos estudos pela dificuldade de acompanhar as aulas online. “Meu namorado, Renan, já estudava em Londrina, o que também me ajudou”, comenta.

Lopes seguiu 2020 nos estudos enquanto guardava dinheiro para realizar a mudança para o Sul. Programou a viagem, reservou estadia, comprou passagens. Viu amigos desmoronarem pela pressão da aprovação e tentou, ao máximo, controlar a ansiedade. Com o agravamento da situação sanitária e a mudança da data do Vestibular 2021, de março para maio, viu-se novamente em apuros para trocar as passagens. Ao todo, conta que suas reservas foram canceladas seis vezes.

Em Londrina, a estudante conta que se deparou com um Vestibular bastante acessível, em um cenário de isolamento social. Afirma ainda que a insegurança de sair do Nordeste para morar no Sul passou logo. “Tenho 49 tatuagens e pensei que isso, somado ao fato de vir do Piauí, fosse dificultar pelo preconceito. Mas encontrei muitas pessoas acolhedoras”, diz.

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1.600 QUILÔMETROS

O calouro de biotecnologia Pedro Henrique Pereira da Silva,19, saiu de Luís Eduardo Magalhães, cidade de 90 mil habitantes da Bahia, com destino a Londrina, 1.600 quilômetros de distância. “A minha região é muito conhecida pelo investimento do agronegócio, pelo plantio de milho e soja, assim como a região de Londrina, o que imaginei que seria importante para crescimento profissional. Foi um dos fatores para me inscrever”, afirma ele, que contou com a ajuda do primo, estudante de mestrado na UEL ( mestrado), que o ajudou a conhecer a cidade e a se preparar.

Depois de enfrentar obstáculos impostos pela pandemia, como remarcar passagens e gastar dinheiro com a mudança da data da prova, ele chegou a Londrina duas semanas antes para o exame. “Se fosse remarcado, eu ficaria. Aproveitei para conhecer a cidade e me adaptar. De cara, estranhei o frio”, comenta Silva. Ele entrou pelo sistema de cotas para negros e participou de banca de avaliação da Pró-Reitoria de Graduação, que atesta a veracidade das informações do candidato em uma entrevista.” Achei bastante importante, deram todo o apoio”, ressalta.

A um mês do início das aulas, o futuro calouro de biotecnologia está entusiasmado. Pesquisou sobre o curso – recentemente implantado na Universidade, em 2020 – e não vê a hora de começar os estudos e interagir com a turma. “Estou ansioso para o início das aulas e bastante focado”, afirma.

Confira a relação de candidatos aprovados por estado: PR: 1888; SP: 370; SC: 11; MS: 7; GO: 4; MG: 3; MT: 3; RJ: 1; PI: 1; BA: 1. (Com informações da Agência UEL)

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