Mais de 20 dias após o temporal que deixou prejuízos e assustou os moradores de São Luiz, na zona rural de Londrina, o cenário de destruição ainda está presente na memória e na paisagem do pacato distrito. O principal ponto de estrago foi o CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) João Rampazzo. Durante os fortes ventos, uma torre de 63 metros da Eletrobras, que ficava no terreno dos fundos, caiu sobre a unidade, que segue interditada.

LEIA TAMBÉM:

+ Companhia garante recuperação de creche em São Luiz até fevereiro

+ Obra do Samu de Londrina tem novo aditivo de prazo

Na sala onde as crianças estudavam o chão está forrado por escombros do teto, que desmoronou. Já a torre de telecomunicações que foi abaixo se transformou num emaranhado de ferro e metal, tudo contorcido. “A torre caiu sobre toda a extensão do CMEI, do fundo até a frente. Comprometeu duas salas de aula, um almoxarifado. Perdemos muitos materiais, móveis, televisão, brinquedos, ventiladores”, lamentou a diretora, Edna Maria da Cunha Fonseca.

Torre que caiu virou emaranhado de ferro e metal
Torre que caiu virou emaranhado de ferro e metal | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Desde o final de outubro, os 58 meninos e meninas de dois a cinco anos estão na escola municipal Francisco Aquino Toledo – na mesma rua -, que precisou adaptar alguns espaços. “As duas turmas do P4 estão sendo atendidas como uma turma só. Também foi necessário juntar no mesmo espaço as crianças do C2 e C3, que, por enquanto, deixou se ser integral e virou parcial. Foi a única forma que encontramos para não cancelar as aulas”, destacou.

'QUESTÃO DE SEGUNDOS'

A agricultora aposentada Aparecida Guedes Moraes estava em casa no dia do temporal e contou que dezenas de postes caíram. “Foi mais vento do que chuva. Em questão de segundos estava tudo destruído: postes, casas destelhadas, árvores que caíram”, relembrou.

A também agricultora aposentada Cleide Garcia de Souza contou que as telhas da garagem foram arrancadas pela força do vento. “Meu filho que arrumou. Fiquei com muito medo de destelhar minha casa inteira.”

Na praça, objetos públicos danificados com o temporal ainda não foram consertados
Na praça, objetos públicos danificados com o temporal ainda não foram consertados | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Na praça de São Luiz, uma árvore de grande porte desabou sobre lixeiras e bancos. A lixeira, por exemplo, segue no chão e amassada. A raiz da árvore está exposta e a calçada ainda não foi arrumada. Segundo o servidor público aposentado Manoel Rodrigues, a praça estava cheia na hora da chuva. “Tinha um pessoal acompanhando a apuração da eleição. Por sorte não caiu a torre e a árvore nas pessoas. Mas foi bem feio”, afirmou.

TELEFONIA E INTERNET

Os moradores reclamam que têm enfrentado dificuldades para ter acesso à internet e telefonia. “Até semana passada estávamos sem internet, telefone mudo. Estava difícil a comunicação. Agora voltou, mas oscila muito”, relatou Aparecida Moraes. “Meu chip da Sercomtel não pegava, tive que comprar de outra operadora para conseguir fazer ligação”, disse Manoel Rodrigues.

A Sercomtel informou que o tempo de restabelecimento do serviço está comprometido pela escassez de materiais no mercado e que a telefona e internet fixa foram reconstituídas com interligação via fibra óptica à central telefônica de Londrina. Foram construídos 20 quilômetros de rede. A empresa instalou uma placa com essas informações para esclarecer os problemas à população. "Destacamos que o ocorrido se deu por fatores naturais. Alheios à nossa vontade", ressaltou a companhia.

Reparos em creche serão pagos por dona da torre

A Eletrobras CGT Eletrosul irá bancar a reconstrução do CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) João Rampazzo. De acordo com a secretaria municipal de Educação, a previsão é de os serviços comecem nesta semana. A torcida e expectativa da direção da unidade é que tudo esteja pronto até o ano letivo de 2023, que terá início em seis de fevereiro.

“Deram prazo de dois meses de obras a partir do momento em que começarem. Nossa esperança é que iniciemos o ano letivo no prédio do CMEI, para que façamos a preparação para o ambiente que vão conviver. Do contrário fica prejudicada essa adaptação, que é importante com as crianças menores”, ressaltou Edna Maria da Cunha Fonseca, diretora da creche.

Além dos alunos, a própria administração do centro de educação infantil teve que se acomodar de forma provisória na escola municipal Francisco Aquino Toledo, ocupando a sala que era dos professores. “A escola nos recebeu muito bem, porém, não é fácil para eles, nós, os pais e para as crianças”, constatou. A empresa também terá que recompor o que foi perdido pela unidade.

Atualizada às 13h11 de 23/11/2022

****

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.